O programa eleitoral da ex-prefeita não foi veiculado. Ela culpa Cid Gomes. Já a coordenação da campanha diz que a petista descumpriu regras
As divergências no PT do Ceará extrapolaram o âmbito do partido e foram levadas à Justiça. Apontando “censura”, a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, fez ontem reclamação formal contra a não veiculação de seu programa no horário eleitoral no rádio e na televisão. A petista, que disputa vaga de deputada federal e resiste a apoiar a candidatura de Camilo Santana (PT) ao Governo e Mauro Filho (Pros) ao Senado. Ela ameaçou até convocar um protesto em frente ao comitê de Camilo caso sua propaganda não vá ao ar nos próximos dias.
Esse é mais um sintoma da crise no PT cearense, dividido entre o grupo de Luizianne e o grupo majoritário, que apoia a gestão do governador Cid Gomes (Pros). Essa última ala, que está inserida no comando da campanha estadual, nega que tenha havido boicote, alegando que a ex-prefeita desrespeitou acordos para divulgação dos programas.
Em sua propaganda, Luizianne não pede votos para Camilo. O nome do candidato aparece em uma imagem no canto da tela, junto com o da presidente Dilma Rousseff (PT). Não há qualquer menção ao candidato ao Senado Mauro Filho. O deputado federal Eudes Xavier (PT), que também não teve o programa veiculado, foi além: não incluiu os nomes nem de Mauro nem de Camilo.
Há um conflito de versões sobre quais teriam sido os “acordos” para veiculação da propaganda. Segundo o presidente estadual do PT, Diassis Diniz (PT), teria ficado acertado que todos os candidatos deveriam inserir a foto de Camilo e, nos segundos finais do programa, pedir voto para ele ou para o número da legenda.
Luizianne negou o pacto, e disse que o próprio presidente nacional do partido, Rui Falcão, teria aceitado o formato escolhido por ela. O POVO não conseguiu contato com Falcão para confirmar.
A situação gerou um nó ainda mais difícil de ser desatado. Tanto a ex-prefeita quanto Eudes Xavier disseram que não vão modificar seus programas. Perguntado pelo O POVO se, diante da celeuma, a coligação manterá a propaganda dos dois fora do ar, Diassis preferiu não polemizar.
“Continuamos conversando, vamos discutir”, afirmou. Na próxima quinta-feira, haverá nova rodada de programas de candidatos a deputado. ( O POVO)
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