Julieta Brontee
A violência e a falta de segurança que apavoram todo o Ceará, do interior à capital, é uma situação vergonhosa, que desafia não só a população, como também as autoridades responsáveis por todos os setores do estado. Atingiu tão alto nível de gravidade, que a sociedade, a essa altura, chega a colocar o combate a essa miséria acima dos projetos mais urgentes da Saúde e da Educação. A “irmã do céu e do mar”, como canta o Hino de Fortaleza, é hoje, de ponta a ponta um imenso campo de ação para todos os tipos de marginais, de todas as idades e de “todos os sexos”, como comentava o deputado e repórter policial Ely Aguiar.
A impressão que se tem, é a de que os bandidos, inclusive mirins, adolescentes e quase adultos, mantêm sob controle cada esquina, cada sinal e cada cruzamento de ruas de nossa Capital. Por conta de um clima que só piora a cada dia, o governador Camilo Santana, convocou segunda-feira, 13, a vice-governadora Izolda Cela, e os secretários de Segurança Pública, Políticas sobre Drogas, Casa Militar, Procuradoria-Geral do Estado, e Justiça e Cidadania. Tratou-se, guardadas as devidas distâncias, de uma reunião para decretar um “estado de guerra”. Num esforço supremo, Camilo e esse grupo, prepararão um decreto criando o programa Ceará Pacífico. No mesmo dia, o governador esteve num encontro em que o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, com as mesmas preocupações, iria lançar o projeto Abraça Ceará, com Prefeitura de Fortaleza e Governo do Estado trabalhando juntos para tentar evitar o terror ora implantado pela bandidagem.
A filosofia dos dois projetos é mobilizar toda a sociedade, incluindo prefeituras, visando dar mais tranqüilidade a uma população que perdeu até o direito de sair às ruas. É como se tivéssemos uma “última bala”, que não pode falhar. Ou nos mobilizamos todos, continuaremos prisioneiros nos nossos próprios lares. É preciso torcer e orar. E muito.
CURTO CIRCUITO
Proposta cínica
Quem rejeita a condenação de criminosos menores de idade, argumenta que não existem presídios nem para os atuais presos. Pois aqui vai uma sugestão cínica: se no Chile, na derrubada do presidente Allende, à falta de prisões, foi usado o Estádio Nacional de Santiago, por que não aproveitar os “elefantes brancos” que sobraram da Copa?!...
Outra saída...
Na revista “O cruzeiro”, o jornalista Mário de Morais, na coluna “O impossível acontece”, citou o caso de um lugarejo de Sergipe, em que a cadeia eram dois quartos, onde o cabo sub-delegado morava com a mulher e os filhos. Os “presos” eram amarrados em troncos ali mesmo à vista de todos. A turma “se pelava” de medo de roubar...
Rabo de cavalo
O professor e ex-deputado Antonio Carlos, que exerceu com boa atuação, o papel de líder do governador Cid Gomes na Assembléia Legislativa, dá uma ré na sua carreira política. A partir de agora, ele está encarregado da assessoria da ex-prefeita Luizianne, hoje deputada federal. Quando se pensou que ele iria subir...
Amnésia (quase) geral
Nesta semana, quando o bairro do Montese, um dos recantos mais populares, acolhedores e desenvolvidos de Fortaleza, comemora 69 anos de fundação, o único e mais condenável detalhe, é que apenas o vereador Adelmo Martins (Pros) lembrou-se do político que deu ao populoso bairro o destaque que ele alcançou: Narcílio Andrade.
Gatos pingados
No momento em que se torna mais necessária a união de todos contra o desastre da aprovação da regulamentação das terceirizações, apenas um minguado número de 50 heroicos representantes do Sindicato Apeoc esteve no Pinto Martins, para cobrar dos deputados federais que apóiam a matéria uma mudança de posicionamento.
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