Relatório da Previdência suprime BPC e aposentadorias especiais
Relator da CCJ entregou texto nesta terça à comissão
O relator da reforma da Previdência, senador Tasso Jeireissati (PSDB-CE), entregou nesta terça-feira (27) seu parecer sobre a proposta que será apreciada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Apesar do parecer favorável ao texto aprovado pelos deputados, o tucano decidiu suprimir do texto dois temas polêmicos: o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e as regras para aposentadorias especiais.
Tasso garante que a supressão dos
pontos não implica em alteração de mérito, o que obrigaria o texto a nova análise
dos deputados. Para o senador, se as supressões forem acatadas pelo plenário da
Casa, a reforma poderá ser promulgada.
PEC paralela
O relator confirmou que pontos que
não entraram na proposta já aprovada pela Câmara estarão contempladas em uma
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela. Nesse texto, além da
definição de regras para aposentadorias de servidores de estados e municípios,
a ideia é trazer novidades.
“Vamos colocar pra discussão na CCJ e
no plenário pontos que vão elevar de uma maneira relevante a receita como a
contribuição previdenciária de entidades filantrópicas”, disse Tasso. A
exceção, nesse caso, seriam as santas casas e as entidades de Assistência
Social, que cobram dos seus usuários e não contribuem para Previdência. O
relator acrescentou que também será rediscutida na PEC Paralela a contribuição
para agroexportador.
Essas duas receitas passariam a ser
cobradas gradativamente em cinco anos, segundo o senador. “Estamos
fazendo isso porque não achamos justo e nem correto, por exemplo, instituições
filantrópicas ricas, riquíssimas, que cobram alto dos seus funcionários, não
contribuam do lado patronal para a Previdência Social, ficando isso ao encargo
do subsídio dado pelo trabalhador. Quem ganha R$ 5 [mil] a R$ 10 mil está
subsidiando essa situação”. Para Tasso, todas essas empresas não lucrativas têm
a obrigação de pagar a Previdência Social, que ele explica que não é um
imposto.
Sobre a pensão por morte, Tasso
Jereissati disse que a ideia é de que em nenhum caso o benefício seja inferior
a 1,6 salário mínimo.
Se aprovadas as alterações que virão
por meio da PEC paralela, a expectativa de Tasso é de que a economia para a
União, descontando o que deverá ser atenuado na questão social e acrescentando
novas receitas, seja de cerca de R$ 1,350 trilhão.
Cronograma
A expectativa da presidente da CCJ,
senadora Simone Tebet (MDB-MS), é que o relatório seja lido na reunião do
colegiado de amanhã (28). Como pelo regimento há um prazo mínimo de 48 horas
após apresentação do relatório para a leitura, a confirmação depende de um
acordo entre os líderes que se reunirão nesta terça-feira.
Independentemente do acordo, Simone
garante que o relatório será lido ainda esta semana em reunião extraordinária
da CCJ, que, na falta de um acordo, pode ser lido nesta quinta-feira (29) ou,
no máximo, na sexta-feira (30).
Feita a leitura será dado prazo de
uma semana para vista coletiva na CCJ. A expectativa do presidente do Senado é
de que até o dia 10 outubro a Casa vote a proposta em segundo turno no
plenário.
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