Arquivo/ Leonardo Prado
Datas foram acertadas entre a comissão e as lideranças dos partidos dos governadores.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e agentes públicos e privados vai ouvir o governador de Goiás, Marconi Perillo, no dia 12 de junho e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, no dia 13 de junho. As datas foram acertadas entre a comissão e as lideranças dos partidos dos dois, PSDB e PT, respectivamente.
Perillo e Agnelo devem se explicar sobre as citações de seus nomes por integrantes da suposta quadrilha de Cachoeira em conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo, que subsidiam a investigação da CPMI. Perillo terá que explicar, entre outras coisas, a venda de sua casa por R$ 1,4 milhão a Cachoeira.
Nas próximas sessões, ainda haverá um embate sobre a quebra de sigilo das contas e telefonemas dos governadores. A quebra de sigilo de Perillo chegou a entrar em pauta, mas a CPMI adiou essa análise, com o argumento de que seria melhor prosseguir nas investigações.
Os deputados do PSDB protestaram pelo fato de não terem sido colocados em votação, também, requerimentos de quebra dos sigilos dos governadores do PT e do PMDB. “Não pode haver dois pesos e duas medidas”, argumentou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).
O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que há indícios para justificar a quebra do sigilo do governador de Goiás. Segundo ele, há 237 referências a Perillo nas gravações telefônicas registradas pela PF na investigação sobre o grupo de Cachoeira.
“São condutas individualizadas, e há, nos autos da Polícia Federal, mais evidências contra o governador Marconi Perillo”, disse Cunha. “Os cheques para pagamento da casa [do governador goiano, assinados por um sobrinho de Cachoeira] foram parar na conta dele. Há um nível de envolvimento diferente com a organização criminosa”, completou.
O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), frisou que as datas dos depoimentos ainda podem mudar, mas acredita que os dias 12 e 13 são os melhores e não deixam que o clima de disputa política se acirre ainda mais. (Agência Câmara de Notícias)
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