Ceará retoma o posto de 3o exportador do NE
O Ceará conseguiu retomar, no ano passado, o terceiro lugar como maior exportador do Nordeste, condição que havia perdido para Pernambuco nos dois últimos anos. Isso porque as exportações totais do Ceará aumentaram 3,6% em 2014, com relação a 2013; apesar da queda, uma vez que havia aumentado 12,1% em 2013, ante 2012. Dos 18 principais produtos da exportação cearense, oito apresentaram aumento em 2014, na comparação com 2013, os combustíveis (43%), produtos minerais (41%), mel de abelha (38,4%), cera de carnaúba (26,0%), produtos da floricultura (15,8%), couros e peles (12,4%), peixes (12%) e lagosta (0,3%). Estes resultados foram considerados bastante expressivos, uma vez que o ano passado apresentou crescimento praticamente nulo para a economia brasileira.
Na contramão deste desempenho positivo das exportações cearenses, foi realizado um levantamento com relação aos dez produtos que reduziram o volume de vendas para o exterior, no ano que passou. Os principais destaques negativos, em 2014, foram: máquinas e equipamentos mecânicos (70,2%), LCC - Líquido da Castanha de Caju (43,7%), produtos têxteis (38,9%), móveis (32,9%), além de máquinas e equipamentos elétricos (22,6%). Também apresentaram recuos significativos nas vendas para o mercado internacional a castanha de caju (18,3%), confecções (16,7%), suco de frutas (7%), frutas (2,2%) e calçados (1,3%).
Ao ser realizado um recorte sobre os dez principais produtos do agronegócio cearense, verificou-se que seis aumentaram suas exportações: mel de abelha (38,4%), produtos da floricultura (15,8%), setor de couros e peles (12,4%), peixes (12,0%), cera de carnaúba (0,3%) e lagostas (0,3%). Já outros quatro tiveram reduções consideráveis, como: extrato vegetal (43,7%), castanha de caju (18,3%), sucos de frutas (7%) e frutas (2,2%). Os principais produtos do agronegócio tiveram decréscimo nas exportações, principalmente, em decorrência dos problemas climáticos, uma vez que o Estado enfrentou, no ano passado, o terceiro ano consecutivo de seca.
DECRÉSCIMO
O setor de frutas frescas, que foi destaque das exportações cearenses de 2013 com aumento de 8,3% com relação a 2012, desta vez decresceu 2,2%, em 2014. Não obstante, empresários do setor de frutas comemoraram o desempenho assim mesmo, uma vez que enfrentaram os problemas causados pela escassez de água nos polos de irrigação do Estado. Entre as frutas exportadas, sobressaíram-se o melão, com aumento tanto no valor US$ 90,7 milhões, frente a US$ 87,7 mi em 2013 (2,3%), quanto na quantidade 111 mil toneladas, frente às 109,8 mil de 2013, e a manga com US$ 1,8 milhão sobre US$ 800 mil do ano anterior (128%). Apesar De os principais estados exportadores do Nordeste terem reduzido suas vendas para o mercado internacional, a região manteve sua hegemonia, com o Ceará mantendo-se como terceiro maior exportador de frutas do Brasil.
De acordo com o presidente do Instituto Frutal, empresário Euvaldo Bringel, é preciso comemorar o desempenho da fruticultura irrigada no Estado. “Trata-se de um fato impressionante o desempenho das frutas frescas em 2014, pois esperávamos um resultado muito pior. Isso mostra o grande amadurecimento dos produtores cearenses em termos de tecnologia e conhecimento do mercado, mesmo com a redução da oferta hídrica, especialmente no Tabuleiro de Russas e na Chapada do Apodi. Com relação à produção deste ano, é muito difícil fazer previsões, pois a Funceme anunciou que deveremos ter chuvas 64% abaixo da média, que é pior que no ano passado, portanto, deveremos chegar ao quarto ano sem recarga das nossas reservas hídricas, o que é muito grave”, asseverou.
Disse, ainda, que a atitude do governador Camilo Santana de chamar o setor produtivo e a imprensa para mostrar as previsões foi bastante louvável, a fim de que se possa trabalhar melhor a situação. “Não podemos deixar que o nosso Valor Bruto da Produção (VBP) se deteriore, pois seria muito prejudicial para o nosso setor. É importante que as lideranças políticas do Ceará e do Nordeste, além das entidades representativas da sociedade, no sentido de que o governo federal conclua a obra de transposição do Rio São Francisco, pois é a única maneira de trazer água para o nosso Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. É preciso que seja encarada como obra emergencial, tocada em ritmo alucinante, como ocorreu com o Canal do Trabalhador. Afinal, quem nos garante que em 2016 vai chover? São muitas mudanças climáticas ocorrendo, e é preciso ações enérgicas para que a transposição seja concluída”, ressaltou Bringel.
NO BRASIL
As exportações totais brasileiras voltaram a crescer, no ano passado, chegando à casa de US$ 1,47 bilhão, 3,6% com relação a 2013, depois que reduziram 0,2% em 2013, na comparação com 2012. As exportações da região Nordeste que haviam caído 8% em 2013, reduziram novamente em 7,9%, em 2014, frente ao ano anterior. Depois de reduzirem, em 2013, em quase todos os estados da região, menos no Ceará e Pernambuco; no ano passado, foi registrado um aumento nas exportações do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí. Apesar disso, na região Nordeste como um todo, houve decréscimo de 7,9% nas vendas externas.
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