Morador de Imbuia, no Vale, pai do segundo brasileiro condenado à morte na Indonésia evita falar da situação do filho
Rodrigo Muxfeldt Gularte foi preso em 2004 por tráfico de seis quilos de cocaína
Ângela Bastos
Profissional respeitado na cidade de Imbuia, no Vale do Itajaí, onde trabalha há cerca de 30 anos, Rubens Borges Gularte, pai do brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte, evita falar na condenação de morte ao filho por tráfico de drogas na Indonésia. O silêncio é o mesmo com os amigos mais íntimos, que lhe percebem maisentristecido desde que o destino do filho foi traçado.
::: Ex-morador de SC está na lista de execução por tráfico na Indonésia
— Arrancar-lhe uma frase sobre essa situação é muito difícil, pois ele procura não demonstrar o sentimento de um pai que não tem o que fazer — conta uma ex-paciente e próxima do médico.
A situação do médico consterna muitos moradores da cidade de 7 mil habitantes. Para eles, seguir os passos do pai teria sido uma decisão sábia para Rodrigo, que agora se vê em uma realidade que nem a diplomacia entre dois países consegue resolver. A exposição na mídia, a repercussão de uma caso semelhante no qual um outro brasileiro foi executado e a sentença mexem com o imaginário das pessoas:
— Se tivesse um jeito da presidente Dilma convencer o presidente da Indonésia. Ou quem sabe o Papa — sugere um rapaz.
Família espera por boas notícias
Apesar de toda a preocupação, diariamente Rubens se atualiza da situação na Indonésia.
— Estamos aguardando notícias de lá da Indonésia — diz a esposa, Cátia.
Até esta segunda-feira Rubens preferia não dar entrevistas. Deixou claro que isso só ocorrerá depois de informações mais otimistas. A defesa jurídica tenta uma estratégia de mostrar que Rodrigo tem esquizofrenia, com isso sem condições de assumir a responsabilidade sobre os atos.
Quando foi preso, em agosto de 2004, Rodrigo disse que os seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe, eram de sua responsabilidade. Ainda que estivesse acompanhado de dois amigos também paranaenses e que moravam em Florianópolis.
Ali foi um golpe duro para o pai, que revelou a conhecidos travar uma luta interna muito grande para não se deprimir. O sonho de Rubens em ver o filho seguir a medicina acabou cedo. Um carro zero, boas roupas e objetos de consumo cobiçados para qualquer jovem da mesma idade. Nada foi suficiente para fazer Rodrigo investir em uma carreira.
A família se esforçava para manter o rapaz envolvido em coisas que lhe interessassem. Mas apelos externos pareciam maiores. Inclusive o uso de drogas, como confessou um dos irmãos dele.
Quando terminou o terceirão (último ano do antigo segundo grau), em Imbuia, Rodrigo desejava mais: falava em ganhar dinheiro e montar um negócio. Sua transferência da moderna Curitiba para a pacata Imbuia era já uma tentativa menos arriscada. Agora preso na Indonésia, a previsão inicial é que ele seja fuzilado em fevereiro.
::: Ex-morador de SC está na lista de execução por tráfico na Indonésia
— Arrancar-lhe uma frase sobre essa situação é muito difícil, pois ele procura não demonstrar o sentimento de um pai que não tem o que fazer — conta uma ex-paciente e próxima do médico.
A situação do médico consterna muitos moradores da cidade de 7 mil habitantes. Para eles, seguir os passos do pai teria sido uma decisão sábia para Rodrigo, que agora se vê em uma realidade que nem a diplomacia entre dois países consegue resolver. A exposição na mídia, a repercussão de uma caso semelhante no qual um outro brasileiro foi executado e a sentença mexem com o imaginário das pessoas:
— Se tivesse um jeito da presidente Dilma convencer o presidente da Indonésia. Ou quem sabe o Papa — sugere um rapaz.
Família espera por boas notícias
Apesar de toda a preocupação, diariamente Rubens se atualiza da situação na Indonésia.
— Estamos aguardando notícias de lá da Indonésia — diz a esposa, Cátia.
Até esta segunda-feira Rubens preferia não dar entrevistas. Deixou claro que isso só ocorrerá depois de informações mais otimistas. A defesa jurídica tenta uma estratégia de mostrar que Rodrigo tem esquizofrenia, com isso sem condições de assumir a responsabilidade sobre os atos.
Quando foi preso, em agosto de 2004, Rodrigo disse que os seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe, eram de sua responsabilidade. Ainda que estivesse acompanhado de dois amigos também paranaenses e que moravam em Florianópolis.
Ali foi um golpe duro para o pai, que revelou a conhecidos travar uma luta interna muito grande para não se deprimir. O sonho de Rubens em ver o filho seguir a medicina acabou cedo. Um carro zero, boas roupas e objetos de consumo cobiçados para qualquer jovem da mesma idade. Nada foi suficiente para fazer Rodrigo investir em uma carreira.
A família se esforçava para manter o rapaz envolvido em coisas que lhe interessassem. Mas apelos externos pareciam maiores. Inclusive o uso de drogas, como confessou um dos irmãos dele.
Quando terminou o terceirão (último ano do antigo segundo grau), em Imbuia, Rodrigo desejava mais: falava em ganhar dinheiro e montar um negócio. Sua transferência da moderna Curitiba para a pacata Imbuia era já uma tentativa menos arriscada. Agora preso na Indonésia, a previsão inicial é que ele seja fuzilado em fevereiro.
Fonte: Diário Catarinense
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