Arrastão, correria e disparos de arma de fogo assustam visitantes no Recife Antigo
Mesmo ouvido por centenas de testemunhas, polícia afirma desconhecer ocorrência de tiros
Daniel Leite - Folha de Pernambuco
O bairro do Recife foi transformado em praça de guerra, na noite deste domingo (11). As medidas anunciadas pela Prefeitura Municipal, que previam a triagem dos frequentadores, com a instalação de pontos de revista nos principais acessos, não foram efetivadas. Desde o final da tarde, vários episódios de violência foram registrados, causando medo e correria. Em um deles, mais de cinco tiros foram efetuados nas imediações do Marco Zero, para dispersar um confronto entre duas gangues rivais. Também houve registros de diversos arrastões entre a rua do Bom Jesus, a avenida Rio Branco e o Marco Zero.
No entanto, a partir das 18h, brigas e arrastões promoveram cenas de terror. Por volta das 20h, vários tiros foram disparados no Marco Zero. Segundo testemunhas, os disparos foram feitos pela própria PM, que tentava dispersar dois grupos de jovens que se confrontavam no local. Abordados pela reportagem, os policiais que estavam estacionados na praça não quiseram se pronunciar.
Com os tiros, muitas pessoas correram. Entre elas, a garçonete Suzana Santos, 18 anos, que estava com o seu filho de 8 meses no colo. “É a primeira vez que venho. Estou com muito medo. Eu esperava mais policiamento, mas desse jeito não tem condições”, afirmou.
No início da tarde, o ambiente era de festa. Várias pessoas se concentraram no Marco Zero, onde bandas de frevo se apresentavam. A circulação dos veículos foi restringida em 10 ruas. Nelas, agentes da Companhia de Trânsito e Tráfego Urbano (CTTU) orientavam os motoristas a depositarem seus carros na sede da Prefeitura, transformada em estacionamento gratuito.
Com os tiros, muitas pessoas correram. Entre elas, a garçonete Suzana Santos, 18 anos, que estava com o seu filho de 8 meses no colo. “É a primeira vez que venho. Estou com muito medo. Eu esperava mais policiamento, mas desse jeito não tem condições”, afirmou.
Segundo policiais entrevistados pela reportagem, a desistência do poder público em realizar as revistas na entrada do bairro foi provocada pela reclamação dos comerciantes. Os agentes, que não quiseram se identificar, declararam que não existe previsão para que as revistas voltem a ser realizadas.
AÇÃO - Após os primeiros episódios, a PM destacou agentes para tentar controlar a situação. Alguns integrantes dos grupos que se enfrentavam foram detidos e recolhidos pelos policiais. No entanto, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou desconhecer a existência de disparos no bairro do Recife. Com relação à contenção das brigas, destacou que a abordagem dos agentes é de praxe e segue o padrão recomendado.
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