- Quem é Jokowi, o presidente da Indosésia que recusou o pedido de clemência de Dilma
- O médico mineiro que disse a Jokowi que brasileiros apoiavam fuzilamento
Do cientista social Sergio Abraches, no blog de Matheus Leitão:
Joko Widodo, conhecido em todo o mundo como Jokowi, que deixou sem resposta por uma semana o telefonema da presidente Dilma Rousseff para, ao final, negar-se a assinar o ato de clemência que livraria dois brasileiros, Marco Archer e Rodrigo Gularte, do fuzilamento por traficarem drogas, é apenas o segundo presidente a ser eleito pelo voto direto na Indonésia.
Escolhido após uma campanha duríssima e polarizada, descrita por um analista político como a “guerra nas estrelas da Indonésia”, foi recebido por expectativas que dificilmente será capaz de satisfazer.
Não pertence à oligarquia dominante do país, acostumada a mandar, com ou sem democracia. Vem de uma carreira muito popular na política local e estadual. Sua coalizão é minoritária no parlamento, com apenas 37% das cadeiras, e sua tendência é apoiar-se no apelo popular para compensar a fragilidade política de seu governo.
Os desafios são imensos, a democracia é nova e frágil, a corrupção é endêmica, a economia está em crise, tem uma megapopulação espalhada por 8300 ilhas, extremamente vulnerável a eventos climáticos e naturais extremos, vive permanente ameaça de radicalização islâmica e confrontos com minorias étnicas e religiosas muito importantes.
Em Papua o movimento separatista ainda persiste. Ele diz que está disposto a trabalhar com todos os partidos, mas a polarização radicalizada da campanha torna quase impossível obter a cooperação dos seus adversários. É comparado a Obama, por vir de fora da elite política, pelo voluntarismo e pela simpatia pessoal e habilidade motivacional.
Mas como o próprio Obama descobriu, simpatia, habilidade motivacional e popularidade não são recursos suficientes para realizar as expectativas inflacionadas pelas promessas de campanha e pela esperança nascida da vitória de alguém que não faz parte do “sistema”.
(…)
Nas últimas semanas, houve uma campanha pelo Twitter para que a vida de Marco Archer fosse poupada.
Os tuítes foram endereçados ao presidente da Indonésia, Joko Widodo, conhecido como Jokowi.
Na contramão, o médico mineiro João Paulo Faria, geneticista da UFMG, mandou um tuíte no qual, falando em nome dos beasileiros, disse que o fuzilamento era apoiado no Brasil. Ele mandou a mensagem em duas versõs, uma em inglês e outra na língua indonésia.
Em relação aos apelos de Dilma, ele afirmou que ela “não representa a vontade dos brasileiros”.
Ele mantém um blog, o Médico Liberal, no qual expõe suas ideias.
O tuíte:
@JPauloMD: President @jokowi_do2, Mrs @dilmabr doesn’t represent the will of the brazilians. We support the justice of Indonesia.
@JPauloMD: Presiden @jokowi_do2, @dilmabr tidak mewakili kehendak brazilians. Kami mendukung keadilan Indonesia.
(DCM - Diário do Centro do Mundo)
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