Dilma
convida peemedebista para articulação
A presidente Dilma Rousseff convidou, ontem, o ministro
Eliseu Padilha (Aviação Civil) para a Secretaria de Relações Institucionais. A
petista disse que gostaria que ele comandasse a articulação política do governo
caso ela decida promover mudanças na sua equipe palaciana. O cargo, hoje, é
ocupado pelo petista Pepe Vargas.
Segundo um interlocutor presidencial, a conversa da
presidente Dilma com seu ministro ocorreu no Palácio do Planalto logo após a
posse do novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, e foi testemunhada
pelo vice-presidente Michel Temer.
Um peemedebista ligado a Eliseu Padilha disse à Folha que,
na conversa, Dilma deu um tom de “sondagem” ao convite para o ministro assumir
a articulação política porque ela sabe que, antes de decidir, ele precisa
consultar seu partido sobre a missão.
Logo depois da
reunião no Palácio do Planalto, Padilha viajou para Goiânia, onde foi fazer
inspeções de obras no aeroporto local. No final da tarde, já estava de volta a
Brasília.
À noite, ele iria participar de reunião da cúpula
peemedebista no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel
Temer, onde o convite seria discutido. A inclusão do PMDB na “cozinha” do
Palácio do Planalto foi uma sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Ele argumentava que a sigla deveria participar ativamente das decisões
do governo para solucionar a crise política do segundo mandato de Dilma.
A sondagem divide o PMDB. Uma ala do partido acredita que
Padilha corre o risco de virar “um mero garçom”, sem poder de fato para fazer
as negociações políticas em nome do governo.
Pressão
Lulistas avaliam que Dilma errou ao acertar a nomeação de
Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo sem definir a situação do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fiador do atual titular da
pasta, o alagoano Vinicius Lages. Um interlocutor de Lula classificou de
“ingenuidade” do Planalto a orientação de que cabia ao PMDB se acertar
internamente para ela nomear Alves para o Turismo. Segundo assessores
presidenciais, mudar o destino de Alves poderia ser a solução, nomeando-o para
o comando da articulação política.
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