A decisão causou indignação para o advogado de defesa, Clayton Marinho, que afirmou, em entrevista ao O ESTADO ONLINE, um "excesso de pena".
"A pena foi exacerbada, exagerada e não fundamentada, já entregamos o recurso de apelação e a juíza recebeu consentindo que ele recorresse no caso em liberdade", disse Marinho. "Ele será julgado novamente no tribunal de justiça e se a decisão do tribunal não for favorável para a defesa cabe recurso, que será enviado ao Supremo Tribuno de Justiça, em Brasília, e se não for favorável levaremos ao Supremo Tribunal Federal", adiantou a defesa.
Ainda de acordo com a avaliação de Clayton Marinho "este caso ainda será uma guerra de papelada". "Enquanto isso, Wladimir está em liberdade a mercê das boas condições pessoais dele, ou seja: excelentes antecedentes, réu primário, curso superior, emprego definido, residência, casado e pai de três filhos. O rapaz tem perfeitas condições de aguardar o recurso em liberdade", finalizou.
VAI E VEM
Julgado pela primeira vez no dia 18 de fevereiro de 1997, Wladimir Porto - então universitário residente em Brasília - foi condenado a sete anos de prisão, por homicídio simples. As partes recorreram contra a decisão, ambas insatisfeitas com a pena. Desde então, o polêmico processo se arrastou pela Justiça do Ceará, chegando ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Em 2004, aquela Corte decidiu anular o primeiro julgamento e mandar o réu a novo júri.
No segundo julgamento, ocorrido no dia 20 de junho de 2008, Wladimir Lopes foi inocentado e a tese de legítima defesa aceita. A promotoria de Justiça recorreu novamente da decisão.
RELEMBRE O CASO
O crime ocorreu na madrugada de 28 de dezembro de 1993, em plena Avenida Beira-Mar. A bailarina estava em um Jeep junto com vários amigos. O grupo retornava de uma festa do Pirata Bar, na Praia de Iracema, quando o jovem que guiava o carro, Gustavo Farias Facó, teria se desentendido com Wladimir, que guiava uma caminhonete importada, por conta de uma fechada que o Jeep teria sofrido em um avanço de sinal do carro em que o réu dirigia, no cruzamento da Avenida Barão Studart, próximo ao edifício Jaqueline.
Depois do primeiro encontro, houve uma suposta perseguição do motorista do Jeep ao motorista da caminhonete. Em Beira-Mar, Wladimir sacou de um revólver e atirou em direção ao Jeep. Uma bala atingiu Renata, que morreu, minutos depois, num hospital particular. O homicida foi preso, horas depois, em uma concessionária, na Aldeota, após perseguição policial. Ele responde a homicídio por motivo fútil e com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Daniel Negreiros
REDAÇÃO O ESTADO ONLINE
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