Madrugada, a chuva cai desavergonhadamente. E o dia amanhece, a chuva pára e dá lugar à chegada do sol. Não devemos esquecer a chuva mas simplesmente aproveitar o dia, pois como depois da chuva vem o brilho do sol,depois da lágrima vem o sorriso. É sábado.
“Mistério
Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.
Dos teus pálidos dedos delicado
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.
Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas…
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas…
Talvez um dia entenda o teu mistério…
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!”
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!”
Florbela Espanca
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