Foto: Edição/247
Pela primeira vez, o PT impede que um prefeito de grande cidade concorra à reeleição; hoje, aconteceu com João da Costa, preterido por Humberto Costa no Recife; será que amanhã a história poderá se repetir com Lula e Dilma? Ele já avisou que, se ela não quiser, será candidato a presidente em 2014
No episódio em questão, o comando nacional do partido passou por uma cima de uma decisão da base. Duas semanas atrás, João da Costa venceu as prévias que havia disputado contra o pré-candidato Maurício Rands. Derrotado, Rands decidiu abrir mão de uma segunda prévia – como se esta possibilidade estivesse em questão – em nome da unidade do partido. E foi assim que surgiu o nome de Humberto Costa. O atual prefeito disse que aceitava até disputar uma nova prévia contra o senador, mas seus argumentos foram ignorados. Humberto Costa será o candidato – a menos que João da Costa reverta a decisão na Justiça.
Nas redes sociais, o processo de escolha tem sido muito criticado. Com um histórico de resistência à ditadura, Humberto Costa vem sendo chamado agora de candidato biônico. E seu nome chegou a figurar entre os assuntos mais comentados do Twitter. Sua vaga no Senado será herdada pelo suplente Joaquim Francisco, ex-PFL e atualmente no PSB, facilitando um apoio dos socialistas à candidatura de Fernando Haddad, em São Paulo.
Questão local ou nacional?
Aparentemente, a questão está circunscrita ao Recife. Mas, será mesmo? Hoje, nada irrita tanto os petistas quanto uma especulação sobre eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2014. O discurso oficial é de ele e Dilma estão fechadíssimos e de que nunca haverá qualquer rompimento entre os dois.
Mas, no último sábado, no ato de lançamento da candidatura de Fernando Haddad, pela primeira vez Lula admitiu a possibilidade de ser candidato à presidência da República em 2014, “se a companheira Dilma não quiser”. Lula fez ainda um adendo, dizendo que jamais permitiria a volta de um tucano à presidência.
Se há um paralelo internacional, é o da Rússia onde o popular e carismático Vladimir Putin desistiu do terceiro mandato e indicou o tecnocrata Dimitri Medvedev. No início deste ano, Medvedev teria direito à reeleição, mas seu partido decidiu que o candidato seria Putin, que se elegeu para mais uma temporada no Kremlin.
Rússia hoje, Brasil amanhã?
Recife hoje, Brasília amanhã?
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