Sexta-feira, 14 de março de 2014
O “malvado-favorito” do PT
Parece
que a presidenta Dilma resolveu seguir os conselhos do maior opositor de seu
governo, o líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha. Não, não
estranhem. É isso mesmo! Embora líder do partido que detém a vice- presidência,
seis Ministérios, um sem número de cargos no governo federal, inclusive, em
estatais de peso como a Transpetro, vem do PMDB uma das maiores pedras no
sapato da presidenta Dilma nesse seu primeiro mandato. Trata-se do fogo nada
amigo que vez por outra é disparado por Eduardo Cunha que já puxa até uma
rebelião nas hostes peemedebistas, a quem conclama a apoiar Aécio Neves em vez
de Dilma.
Segundo
Eduardo Cunha, cujo perfil já conta, entre outras coisas, com a característica
nada alvissareira de ser mais um dos integrantes da bancada evangélico
fundamentalista, além de lobista de primeira linha, tendo, inclusive, operado
de maneira virulenta contra a aprovação da Lei dos Portos, tida e havida como fundamental
para o projeto de governo da presidenta, o problema desta é não saber fazer
política.
Pois
bem! Dilma parece ter aceitado o desafio de Cunha e partindo pro contra-ataque
e resolveu fazer a tal política tão reclamada por Cunha. A primeira vítima da
Dilma Política, porém, foi ninguém menos que o próprio Eduardo Cunha. Dilma
resolveu isolá-lo de todas as negociações com o governo, seja por cargos, seja
por palanques nas próximas eleições, passando a se reunir com pequenos grupos
de peemedebistas e com outras lideranças. Some-se a isso o fato de ser Eduardo
Cunha ligadíssimo ao moribundo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o
lanterna em popularidade dentre todos os governadores, a ponto de Lula já ter
autorizado o lançamento da candidatura do senador Lindberg Farias a sua
sucessão, mesmo a contragosto de Cabral que queria o apoio total à candidatura
de seu vice, Sérgio Pezão. E teremos aí
a real situação do "malvado favorido" do PT, como Eduardo Cunha
passou a ser chamado depois que suas movimentações contra Dilma foram
detectadas.
Eduardo Cunha para uma raposa da
política cometeu um erro primário: subestimou a presidenta em sua capacidade de
articulação. Se já não se deve subestimar um opositor seja ele qual for, muito
menos quando ele está com a caneta presidencial na mão.
CURTO CIRCUITO
• Qualidade - O deputado Roberto Mesquita (PV), da tribuna da Assembleia Legislativa, rebateu afirmações de seu colega, deputado Ferreira Aragão (PDT), que denunciou a queda de qualidade da Câmara Municipal de Fortaleza, por conta da eleição de figuras folclóricas e sem conteúdo para um Poder Legislativo. Ou seja, ele quer mais “Bás” e “Aonde É” representando a 4ª capital do País. Democracia não é isto.
• Desperdício? Falando a respeito da Ponte Estaiada, projeto do Governo do Estado para melhorar a mobilidade urbana de Fortaleza, o deputado Eudes Xavier (ele mesmo!), vem a público para classificar essa obra de “desperdício de dinheiro público”. Para o vereador Elpídio Nogueira (PROS), desperdício mesmo é passar oito anos no poder sem nenhuma ponte.
• Descartando - Cada vez mais aquecido o clima entre o PMDB e o PT, que ameaça de rompimento uma das mais sólidas alianças políticas dos últimos tempos. Na última quarta-feira, o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, acusava esse partido de “tentar se livrar, a qualquer custo, do PMDB e demais partidos aliados, na ânsia da hegemonia de poder no País”.
• Investigações - A propósito do PT, políticos desse partido, no Ceará, condenam a atuação do PMDB no caso da aprovação da formação de uma comissão para investigar propinas recebidas pela Petrobras, em contratos na Holanda. É realmente, um mau momento para a já tão abalada Petrobras, cujo valor nas bolsas desaba a cada dia, devido à sua “PTzação”.
• Sem exigência - Não se pode acusar o deputado José Guimarães de não batalhar pela aliança do seu PT com o Pros do governador Cid e com o PMDB do senador Eunício. Cada vez mais empenhado na defesa de projetos para o governo de Cid, Guimarães, apesar de batalhar para ser o candidato ao Senado pela coligação governista, mostra que essa reivindicação não é uma exigência tácita.
• Desconfie - Num país onde dificilmente se registram atitudes realmente bem-intencionadas de certos políticos e de certos partidos, dá para desconfiar – e muito – do “desapego” do presidente nacional do PTB, Benito Gama, ao afirmar que ao seu partido “não está interessando nenhum dos ministérios de Dilma”. Imagine o tamanho da “compensação” que eles desejam...
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