Fazenda: rebaixamento é inconsistente com a economia
brasileira
O rebaixamento da classificação de risco do Brasil é
inconsistente com as condições da economia brasileira, informou há pouco o
Ministério da Fazenda. Em nota oficial, a pasta informou que a redução da nota
é contraditória com a solidez e os fundamentos do país.
No texto, o ministério reafirmou o compromisso com a meta de
superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – de 1,9%
do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 e com o equilíbrio fiscal nos próximos
anos. Além disso, a pasta informou que o governo continuará a trabalhar para
dar prioridade ao investimento e promover o crescimento sustentável no longo
prazo.
Para o Ministério da Fazenda, a avaliação sobre a situação
fiscal brasileira está equivocada por não levar em conta que o país tem gerado
um dos maiores superávits primários do mundo nos últimos 15 anos e está
reduzindo o endividamento público. “Em 2013, cabe salientar, fizemos um
superávit primário de 1,9% do PIB, suficiente para reduzir o endividamento
público, tanto bruto (de 58,8% do PIB para 57,2% do PIB) quanto líquido (de
35,3% do PIB para 33,8% do PIB)”, destacou a pasta.
Em relação ao crescimento econômico, uma das causas
apontadas pela agência para o corte da nota de classificação, o ministério
ressaltou que o país cresceu 17,8% desde o início da crise econômica
internacional, em 2008, e acumula uma das maiores taxas de crescimento no
período entre os países do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta). “No
ano passado, o país cresceu 2,3%, desempenho superior à maioria dos países
deste grupo”, destacou.
Sobre a trajetória do investimento no país, o ministério
informou que o programa de concessões iniciado no ano passado mobilizará mais
de US$ 400 bilhões nos próximos anos e lembrou que o investimento cresceu 6,3%
no ano passado, a segunda maior expansão entre os países do G20. Em relação aos
investimentos estrangeiros diretos, que geram emprego no país, o comunicado
ressaltou que o país tem estado entre os cinco maiores destinos mundiais, com
ingressos de US$ 65,8 bilhões nos 12 meses encerrados em fevereiro deste ano.
O ministério também destacou que o país está preparado para
eventuais ataques especulativos por causa do volume de reservas internacionais,
atualmente em torno de US$ 378 bilhões. “A economia brasileira tem baixa
vulnerabilidade externa, pois possui o quinto maior volume de reservas
internacionais no G20, o que corresponde a dez vezes a dívida externa de curto
prazo, por sua vez, a menor do grupo (em proporção da dívida externa total)”,
informou.
A nota oficial ressaltou ainda que, mesmo com a redução da
nota, a classificação de grau de investimento do Brasil está mantida, com baixa
probabilidade de o país dar calote na dívida pública. O próprio texto da
Standard & Poor’s, informou o ministério, destacou que o país tem sólida
estrutura institucional, balanços fiscais e externos fortes e que, embora seja
elevada, a dívida pública tem composição sólida, na maior parte atrelada a
parcelas fixas ou à inflação. (Wellton Máximo – Agência
Brasil)
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