sábado, 12 de abril de 2014

Especialistas revelam:

Mulheres já sofrem mais com falta de desejo que de orgasmo; saiba por quê

A falta de desejo sexual já é a primeira causa de disfunção feminina. De acordo com especialistas consultados pelo Clarín, o problema superou a anorgasmia (ausência de orgasmo), patologia típica que justificava a visita ao médico.

Na contramão do que acontecia antes, quando as mulheres que buscavam ajuda eram as que estão na menopausa, hoje a falta de interesse no sexo acomete mulheres jovens, de 25 a 35 anos, sexualmente ativas e em idade fértil.

São pessoas sadias, que não têm diabetes nem problemas na glândula tiroide, duas enfermidades que atentam contra a libido. Elas também não tomam medicação de forma crônica, nem são depressivas (dois fatores que podem colaborar para o problema).

As razões, explicam os especialistas, são várias, como o estresse, o cansaço, a inexperiência devido à diminuição na idade de início sexual e a inabilidade do companheiro para proporcionar boas preliminares.

Contexto

Mas o interesse sexual dessas mulheres não está anulado. Na verdade, elas gostariam que o namorado criasse um contexto, que as cortejassem. Elam precisam de atenção e esmero. A dificuldade é que não sabem ou não têm coragem de dizer onde preferem que lhe façam carícias ou que querem que lhe sussurrem algo.

As mulheres jovens esperam preliminares que se ajustem a seu mapa de excitação. O que não esperam é que eles as entendam.

"Os homens tendem a genitalizar a sexualidade e sustentam em seu imaginário que são eles que 'nos fazem gozar'. Já nós mantemos o mito de que a sexualidade é um sucesso se conseguirmos satisfazer o nosso homem. Nós nos ocupamos mais em saber sobre o desejo dele do que sobre o nosso. Isso provoca uma dificuldade em colocar a nossa marca no intercâmbio amoroso; é difícil pedir, mostrar as nossas necessidades, estimular mudanças", observa Adriana Arias, psicóloga e sexóloga.

Nas mulheres, é possível dividir um encontro sexual em quatro etapas: excitação, platô, orgasmo e resolução. Pode acontecer que o desejo apareça quando a mulher é estimulada, ou seja, na fase da excitação. Pode acontecer, também, que uma mulher não consiga o orgasmo. Saiba, homem, que nada na sexualidade feminina é linear.

Sexo faz bem para o coração e a pele. VERDADE: "Sexo faz bem para a pele, sim, pois a sensação de felicidade e bem-estar que ele proporciona libera endorfinas", afirma a dermatologista Daniela Lemes. A psiquiatra Carmita Abdo concorda: "Sem dúvida. É uma atividade física que gera prazer, combate a ansiedade, e a liberação de endorfinas reverte para a saúde física e emocional". O ginecologista do Hospital 9 de Julho José Domingos Borges completa dizendo que a prática sexual é uma atividade que melhora o preparo físico e a circulação; consequentemente, aprimora o trabalho cardíaco.

O que falta

A sexóloga Diana Resnicoff, secretária geral da Sociedade Argentina de Sexualidade Humana (Sash), é concreta: "O desejo sexual não começa na cama".

Não só isso. Ela acrescenta que a vontade precisa ser reavivada, ser criativa, esquentar a cabeça. Como? "Uma mensagenzinha de texto, uma foto erótica enviada pelo celular, um jantar, música, aromas. Contar uma fantasia. Essas são boas maneiras de encorajar o desejo", sugere. Mas os homens se entusiasmam com essa ideia? "Claro, quando eles percebem que é positivo para eles, eles começam a fazer isso", responde Resnicoff.

E ter tempo para o encontro, tempo para deixar atrás um dia carregado de obrigações domésticas e profissionais.

O quanto de frustração existe na falta de desejo é esboçado por Adrián Helién, sexólogo clínico do hospital Durand: "Passamos da impossibilidade do direito ao desfrute para o discurso consumista e midiatizado dos corpos idealizados. Essa mulher moderna se exige ser 'orgásmica', de bom rendimento. Isso pode chegar a ser frustrante", diz.

O especialista fala do mapa da excitação, uma radiografia pessoal que se consegue com a masturbação. "Às vezes os pacientes vêm em busca de uma pilulinha que solucione tudo. Mas são eles que têm a resposta", acrescenta.

A diminuição da libido antecede um problema mais grave. "Os danos colaterais costumam ser reclamações do tipo 'você não me ama, eu não te excito', 'você tem outro/outra'.

Com o tempo esses 'desencontros' levam à anorgasmia", explica o sexólogo Juan Carlos Kusnetsoff. Essa disfunção sexual pode ser resolvida com uma terapia breve. Um pouco mais dos quinze segundos que se leva para surfar uma onda.

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