quarta-feira, 16 de abril de 2014

Servilho Paiva, diz que já havia alertado a presidência do Tribunal de Justiça do Ceará sobre a venda de habeas corpus nos plantões judiciários.


Secretário havia alertado 'esquema' de venda de habeas corpus no Ceará

Secretário de Segurança denunciou venda de habeas corpus a bandidos.
Liberdade de suspeitos em plantões judiciais custava até R$ 150 mil.


Do G1 CE
Secretário de segurança cita advogados envolvidos no esquema de compra de habeas corpus (Foto: Reprodução)Secretário de segurança cita advogados envolvidos no esquema de compra de habeas corpus (Foto: Reprodução)
Uma mensagem do secretário da Segurança do Ceará, Servilho Paiva, já havia alertado a presidência do Tribunal de Justiça do Ceará sobre a venda de habeas corpus nos plantões judiciários. Em mensagem de celular enviado ao desembargador Gerardo Brígido, Servilho Paiva alerta para o pagamento no valor de R$ 150 mil para soltura de homens acusados de tráfico de droga e homicídios.
Na mensagem de Servilho Paiva alertando sobre o esquema de fraude está escrito: "Presidente [do Tribunal de Justiça, Gerardo Brígido], tomei conhecimento, se já não tiver também esse conhecimento, mas para ciência soube que os advogados [nome dos advogados investigados] estão com "esquema" para soltura de presos no final de semana. Valor R$ 150 mil por cada".O nome dos advogados e suspeitos citados na mensagem do secretário Servilho Paiva foram borrados na imagem acima para não atrapalhar as investigações, como recomenda o Tribunal de Justiça do Ceará. Nesta semana, o presidente Gerardo Brígido admitiu haver “uma rede organizada para conceder liminares criminais”.
Dois desembargadores, advogados e servidores do Tribunal de Justiça são investigados por suposto envolvimento na venda de habeas corpus. Segundo o Tribunal de Justiça, os indícios de fraudes foram levantados a partir da grande movimentação de advogados que buscam a soltura de clientes nos fins de semana. Em um dia normal de movimentação, o TJ costuma receber 15 pedidos de soltura; nos fins de semana e feriados, esse número sobe para uma média de 70 pedidos.
O Conselho Nacional de Justiça investiga o caso, entre eles, dois desembargadores do Ceará. Os nomes não foram revelados para não atrapalhar as investigações. Ainda segundo Luiz Gerardo, um dos beneficiados no esquema de compra de habeas corpus é Márcio Gleidson, da Silva, preso em 10 de março. Gledson é acusado de matar um policial e o amigo, em junho do ano passado, e também de chefiar quadrilhas de tráfico de droga no Ceará.
O CNJ faz um mapeamento dos casos de solturas sob suspeita. Segundo Luiz Gerardo, o esquema de venda de habeas corpus ocorre no Ceará desde 2011. O mapeamento do Tribunal de Justiça foi concluído para o ano de 2013, quando ocorreram dezenas de irregularidades, segundo o presidente do Tribunal.

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