Gabriel García Márquez saúda jornalistas em sua casa na Cidade do México, no dia 6 de março. Foto: Arquivos Yuri Cortez/AFP |
O jornalista e escritor colombiano Gabriel José García Márquez morreu nesta quinta-feira (17), aos 87 anos. O autor de clássicos, como Cem anos de solidão, faleceu no México.
O Amor nos tempos do cólera, Ninguém escreve ao coronel, O Outono do patriarca e Crônica de uma morte anunciada são outras obras do autor.García Márquez venceu o Nobel de Literatura, em 1982. Ele é um escritores com mais livros traduzidos. As obras dele podem ser lidas em mais de 36 idiomas. São mais 40 milhões de títulos vendidos.
Recentemente, a família do escritor divulgou um comunicado no jornal colombiano El Tiempo, falando sobre o estado de saúde de García Márquez, que era considerado muito frágil.
"Sua condição é estável, mas se encontra muito frágil e existem riscos de complicações por sua idade", dizia o comunicado, assinado pela esposa do escritor, Mercedes Barcha, e pelos filhos, Rodrigo e Gonzalo.
O texto não falava sobre a hipótese de García Márquez estar novamente com câncer, como havia informado o jornal mexicano El Universal, horas antes do comunicado. Em 1999, García Márquez foi diagnósticado com câncer linfático.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, lamentou a morte de Márquez. "Mil anos de solidão e tristeza pela morte do maior colombiano de todos os tempos! Solidariedade e condolências a Gabo e família", escreveu.
“A incrível e triste história de Cândida
Eréndira e sua avó desalmada”, “O outono do patriarca”, “Crônica de uma morte
anunciada”, “Do amor e outros demônios”, “Memórias de minhas putas tristes” e
“O amor nos tempos do cólera”.
Carreira
García Márquez nasceu em 1972, em Aracataca (aldeia colombiana). O conto A terceira resignação marcou a estreia do autor, em 1947, na literatura ficcional. O ápice da carreira ocorreu em 1967, com o lançamento de Cem anos de solidão. A confirmação veio com o Nobel de literatura, recebido em 1982.
Em sua obra-prima, o escritor descreve um aldeia com "vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio". O lugar, chamado de Macondo, trazia traços da terra natal dele.
Gabo, como era carinhosamente chamado, teve 11 irmãos ( sete homens e quatro mulheres). Era o mais velho. Quando nasceu, deveria ter sido batizado como Olegario. No entanto, por ter nascido com o pescoço enrolado pelo cordão umbilical, o pai chamou o bebê de Gabriel e acrescentou o José, patrono de Aracataca, como segundo nome.
Filho de Luisa Santiaga e Gabriel Eligio, foi criado pelos avós maternos, Tranquilina Iguarán Cotes e o coronel Nicolás Ricardo Márquez Mejía, até os oito anos. Esse período foi uma forte influência em sua obra-prima.
A vida profissional de García Márquez começou em 1948 como jornalista no El Universal, de Cartagena. Em seguida, ele passou a escrever para o El Heraldo, de Barranquilha, e rumou para El Espectador, de Bogotá.
O primeiro romance de Gabo, A Revoada (O enterro do Diabo), foi publicado em 1955. Após o lançamento, foi correspondente internacional do El Espectador, na Europa. Em 1961, passou a morar na Cidade do México.
O livro de memórias Viver para contar foi finalizado em 9 de junho de 2002, mesmo dia da morte da mãe.Memória de minhas putas tristes, último livro de Gabo, foi publicado em 2004.
Confira a lista com as obras do autor
Livros
A revoada (O enterro do diabo) (1955)
Ninguém escreve ao coronel (1958)
Las ocho menos cuarto (1960)
Funerales de la mama Grande (1962)
A má hora (O veneno da madrugada), (1962)
Cem anos de solidão (1967)
O outono do patriarca (1975)
Crônica de uma morte anunciada (1982)
O amor nos tempos do cólera (1985)
O general em seu labirinto (1989)
Doze contos peregrinos (1992)
Do amor e outros demônios (1994)
Notícia de um sequestro (1997)
Viver para contar (autobiografia, 2002)
Memória de minhas putas tristes (2004)
ContosLa tercera resignación (1947)
La otra costilla de la muerte (1948)
Amargura para tres sonámbulos (1949)
Diálogo del espejo (1949)
Olhos de cão azul (1974)
La mujer que llegaba a las seis (1950)
Nabo, el negro que hizo esperar a los ángeles (1951)
Alguien desordena estas rosas (1952)
Un día después del sábado (1955)
Los funerales de la Mamá Grande (1962)
El ahogado más hermoso del mundo (1972)
La increíble y triste historia de la cándida Eréndira y de su abuela desalmada (1972)
Todos los cuentos (1975)
El rastro de tu sangre en la nieve (1981)
El verano feliz de la señora Forbes (1982)
Trabalhos jornalísticos e outros
Relato de un náufrago (1955)
Cuando era feliz e indocumentado (1973)
Crónicas y reportajes (1975)
De viaje por los países socialistas
Monólogo de Isabel viendo llover en Macondo (1969)
Chile, el golpe y los gringos (1974)
Obra periodística. Vol. 1: Textos costeños (1981)
Viva Sandino (Managua, 1982)
El asalto: el operativo con el FSLN se lanzó al mundo (1983)
Eréndira (roteiro de seu próprio romance), (N.P., Les Films du Triangle, 1983)
Aventura de Miguel Littin Clandestino en Chile (1986)
Yo no vengo a decir un discurso (2010)
(Com Diario de Pernambuco)
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