A convenção estadual do PMDB que formalizou a candidatura do senador Eunício Oliveira ao governo do Ceará também confirmou a aliança do partido com mais oito legendas: PSDB, PR, DEM, PRP, PSC, PTN, PPS E PSDC. A chapa majoritária terá Roberto Pessoa (PR) como candidato a vice-governador. Apenas a oficialização do nome do candidato ao Senado ficou para hoje. A expectativa é de que Tasso Jereissati seja confirmado na disputa.
Eunício Oliveira chegou ao evento dirigindo o próprio carro, acompanhado do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB), e dos presidentes estaduais do Democratas, Chiquinho Feitosa e do PSDB, Luiz Pontes. Os três podem compor a chapa majoritária na disputa pelo Senado, que possui espaço para dois suplentes.
Juntos, Eunício e Tasso foram recebidos com empolgação pelos presentes, que se apertavam para chegar mais próximo na tentativa de receber um aperto de mãos.
Último a discursar, Eunício disse que sua candidatura prevê um diálogo com a população e aposta que os cearenses não cairão na “conversa de um candidato tirado do bolso do colete”, pois, segundo ele, o povo deseja resultados e, portanto, “não adianta dizer que gastei bilhões de reais em determinada área, se o resultado é ruim”, alfinetando os investimentos realizados pelo governador Cid Gomes na área da segurança pública – setor que é alvo de críticas da atual gestão.
Eunício disse, ainda, que “ninguém” impedirá o cearense de ter opção. “O povo quer outra forma de governador através do diálogo, ouvindo as pessoas e não quer saber de atrevimento, xingamento, valentia ou má-educação”, acusou, acrescentando que, muitas vezes, diversos partidos foram pressionados, porém tiveram “coragem” e permanecem na coligação. “Querem usar minha vida contra mim, mas quando entrei na política já tinha uma vida econômica equilibrada”, disse em referência aos questionamentos recentes do secretário de Saúde do Estado, Ciro Gomes (Pros), irmão do governador Cid Gomes, que chamou o peemedebista de “riquinho”.
EDUARDO CAMPOS
Além de críticas aos adversários, Eunício fez referência ao presidenciável Eduardo Campos, tendo em vista que o PSB pode fechar apoio a sua candidatura. Nos bastidores, o apoio deve ser anunciado hoje após conversa com o presidente estadual da legenda, Sérgio Novais. Segundo ele, Campos fez uma “excelente” gestão e com menos recursos que Cid Gomes.
PALANQUE ABERTO
Aos jornalistas após o evento, o peemedebista afirmou que seu palanque estará aberto a todos os presidenciáveis, inclusive a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição. Segundo esclareceu, os acordos foram feitos “às claras”, conversando com todas as pessoas que precisavam ser comunicadas. Eunício negou qualquer problema com o ex-presidente Lula.
“Ninguém vai me intrigar com o [ex] presidente Lula, nem com a presidente Dilma. Eu faço tudo às claras”, disse, acrescentando que “tem muita gente querendo ser dono do Lula e da Dilma” e ressaltou que a nível nacional PMDB e PT marcharão juntos nestas eleições. “Portanto, aqui, ninguém é dono de ninguém”, completou. Por fim, o peemedebista mandou um recado: “essa aliança não é contra ninguém. É a favor do Estado do Ceará”, negando que o apoio do PSDB seja uma “traição” à sua proximidade com Lula.
SEM DIÁLOGO
Eunício tentou, ainda, se desvincular da imagem de “adversário” Cid Gomes, de quem era aliado até pouco tempo. Ele explicou que, no primeiro governo, havia um diálogo, inclusive com debates no interior. Agora, nesta segunda gestão, as conversas desapareceram, inclusive, ao final, tentando isolá-lo. “Tentaram de todas as maneiras me isolar”, salientou, lembrando que todos os dias era anunciado um novo partido, até mesmo, “dando cargo a esposa de presidente de partido para cooptar apoio”, disse em referência a aliança do Partido Verde com o palanque do Pros.
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