sexta-feira, 20 de junho de 2014

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO

Sexta-feira, 20 de junho de 2014
Quando o tiro sai pela culatra
 As vaias e xingamentos com palavras de baixo calão assacadas contra a presidenta Dilma durante o jogo de abertura da Copa do Mundo parece que surtiram efeito contrário ao pretendido por aqueles que os orquestraram. A opinião pública, em geral, horrorizou-se com o nível do desrespeito manifestado pela área VIP do Estádio Itaquerão contra a presidenta, que além de exercer o cargo de mandatária máxima da Nação, ainda é uma mulher, uma senhora de 66 anos de idade, com longa história de luta pela liberdade e que no momento se encontrava na Tribuna de Honra, acompanhada de sua filha, mas representando o próprio Estado brasileiro, como país sede da Copa do Mundo.

Levantamentos feitos por institutos responsáveis pelo monitoramento das Redes Sociais já apresentam dados segundo os quais as citações da presidenta, após as agressões, deixaram o patamar negativo de 2/3 das postagens para ostentar um total de 60% de mensagens e citações de apoio. Por outro lado, não caíram bem as declarações feitas pelos candidatos de oposição em apoio às ofensas, chegando o presidenciável Eduardo Campos, do PSB, até pouco tempo aliado de Dilma, a declarar que a presidenta colhia o que plantara. Eduardo Campos parece não compreender que o povo brasileiro não se agrada de campanhas pautadas em ataques pessoais e que isso já se reflete no seu pífio desempenho nas pesquisas, a cada dia mais distanciado dos dois demais candidatos que ainda se mantém competitivos, quais sejam, a própria Dilma e o tucano Aécio Neves que também já tem sido vitimado pelos ataques raivosos do socialista e do seu equivocado marketing político que já chegou a divulgar que Aécio iria comemorar a chegada dos filhos gêmeos com Coca, numa alusão irresponsável ao uso de substâncias entorpecentes pelo tucano.

Ao mesmo tempo em que Eduardo Campos estimula xingamentos contra Dilma, sua antiga aliada, em conversas com apoiadores costuma acusar o novo aliado, Aécio Neves de não ser muito afeito ao labor, entre outras considerações incompatíveis com a propalada amizade que diz nutrir pelo mineiro. O caráter do ex-governador de Pernambuco, até pouco tempo um ilustre desconhecido da maioria do povo brasileiro, parece que se revela a cada dia, mas talvez não com as características positivas que se poderia esperar. E do Lula, o que Eduardo Campos não falará pelas costas?

CURTO CIRCUITO

• Desanimador
 É desanimador, para um eleitorado bem intencionado, e já cansado de tanto errar, ver a lista, ainda mesmo que incompleta, dos políticos que pretendem chegar à AL e à Câmara dos Deputados. E até mesmo ao governo do Estado. Um retrospecto às bancadas federal e estadual dos anos 70-80 mostra diferenças brutais em termos de qualidade.

• Será
 No início da semana, noticiou-se que, por unanimidade, o Pleno do TRE  havia cassado os mandatos de mais um prefeito e de um vice-prefeito. O município nem vem ao caso. O que causa descrença na sociedade, é que esses políticos cassados, em sua quase totalidade, terminam levando a melhor. Por que o TSE não respeita essas unanimidades?

• Pequeninos
 No Ceará é assim. Enquanto em outros tempos, partidos minúsculos eram, geralmente desprezados, essa situação se inverteu. Hoje, tanto em nível federal quanto no estadual, os principais candidatos lutam para arregimentar o máximo de partidos, não dispensando nenhum, por mais inexpressivo que seja. No CE eles são em torno de 20.

• Pagando
 Segundo o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), o PT começa a pagar um alto preço pela maneira como encaminhou a sua maneira da administrar o país. De lho na concessão de empregos pomposos a milhares de lideranças e cabos-eleitorais, o partido terminou por criar a situação de animosidade hoje existente, principalmente no PMDB.

• Doidera
 O deputado Pastor Eurico, pressionado por todas as lideranças do PSB, decidiu retirar, por enquanto, de tramitação na Câmara dos Deputados o seu inacreditável projeto legalizando a “cura gay”. Apesar disso, ele prossegue convicto de que o homossexualismo é, na realidade, uma “doença” reversível através de muito tratamento psicanalítico.

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