segunda-feira, 16 de junho de 2014

Em época de Copa, vence a coerência e transporte coletivo suspende paralização


Sintro aprova proposta e suspende greve

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro) decidiu suspender a greve prevista para hoje, 16. Após duas assembleias realizadas com a categoria, ontem, na sede do órgão, motoristas e cobradores aceitaram a proposta do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus). O acordo foi intermediado, na última sexta-feira, 13, pela auditora fiscal Jeritza Jucá, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Ceará (SRTE-CE).

Os votos das assembleias, realizadas em dois turnos, foram somados, revelando a preferência da categoria pelo acordo costurado na última rodada de negociações. Segundo o presidente do Sintro, Domingos Neto, o reajuste salarial acordado em 10% foi uma importante vitória para a categoria. “Diante do contexto nacional, com os rodoviários de outras cidades na mesma situação que a nossa, nós conseguimos um bom acordo. Fortaleza é a terceira capital a conseguir 10% de reajuste. É uma vitória significativa, porém, precisamos avançar mais, os nossos salários ainda são muito baixos. Contudo, também não queríamos trazer mais prejuízo à população”, pondera Domingos.

Na reunião promovida na SRTE-CE, a proposta do sindicato patronal também contemplou o aumento do vale-refeição de R$ 9,00 para R$ 10 e o reajuste da cesta básica para R$ 90. O piso do motorista, acrescido da produtividade, somará R$ 1.650,00. Cobrador e fiscal receberão, respectivamente, pisos de R$ 990,00 e R$ 1.155,00. O Sintro e  o Sindiônibus assinam Convenção Coletiva na SRTE-CE, hoje, 16, às 9h da manhã.

Em nota, o Sindiônibus ressaltou que o acordo firmado está além da capacidade financeira das empresas. Neste caso, afirma a nota, as empresas terão que encontrar alternativas para suportar a elevação dos seus custos. No entanto, o sindicato patronal garante que reconhece a importância do acordo ter sido fechado na mesa de negociação, fato que proporcionou um bom ganho real ao trabalhador e dará tranquilidade à população.


SEGURANÇA
Outro ponto sinalizado no acordo é com relação aos procedimentos em casos de assalto. Domingos Neto explica que o sindicato acrescentou um parágrafo a essa cláusula, liberando o motorista e cobrador vítimas de ataque. “Em caso de assalto ao ônibus, o motorista e cobrador serão liberados da jornada, para fazerem um Boletim de Ocorrência e, em seguida, irem para casa”, avisa o presidente do Sintro.

Sobre outras medidas de segurança para os coletivos, Domingo Neto adiantou que o secretário de Segurança Pública do Estado e Defesa Social do Ceará (SSPDS/CE), Servilho Paiva, na ocasião do assassinato do motorista Francisco Erivaldo Matias Marinho, em maio, garantiu que se reuniria uma vez por mês com a categoria. O objetivo é ouvir propostas dos trabalhadores e dar retorno sobre as soluções possíveis. Uma das reinvindicações é colocar policiais militares, permanentemente, nos terminais de ônibus. “Já nos reunimos duas vezes com o secretário. Ele já falou sobre a implantação de câmeras nos ônibus com transmissão em tempo real. Sobre as duas propostas, tanto de policiais nos terminais como as câmeras nos coletivos, ainda estamos aguardando uma resposta, pois a questão das câmeras depende, principalmente, do Sindiônibus”, afirma Neto.
SAIBA MAIS
Conforme o Sintro, na manhã de ontem, um grupo opositor à atual diretoria do sindicato bloqueou a garagem da empresa Siará Grande, na tentativa de convencer os trabalhadores a não aceitar a proposta do Sindiônibus. “Os trabalhadores, porém, voltaram a trabalhar normalmente e aceitaram o acordo. Se depender de nós, a população pode ficar tranquila que haverá transporte”, assegura Domingos Neto.


Se a população pode contar com os ônibus, o mesmo não pode ser dito sobre as vans. Segundo a assessoria do Sindicato dos Empregados em Transporte Alternativo e Complementar do Ceará (Sintraafor), haverá paralisação amanhã, 17. O sindicato elencou 15 pontos a serem discutidos, o principal deles é o FGTS, que não está sendo depositado há cinco meses, embora seja descontado do salário do trabalhador.

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