sábado, 14 de junho de 2014

Bom dia com poesia

Um excelente sábado para todos vocês pois embora o tempo voe, nos controle e não espere por ninguém, deixe marcas e nos envelheça, é nosso aliado e só desaparece quando chega a morte. Portanto, vamos enfrentar nossos medos e deixar de sermos meros expectadores quando podemos perfeitamente ser os atores principais de nossa história nessa novela da vida. Fiquem com o grande escritor e poeta português Almeida Garrett pois embora amar seja um verdadeiro inferno, é muito muito bom ser queimada nele, nesse inferno que é o amor. Bjo grande!
"Este inferno de amar
Este inferno de amar – como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é vida – e que a vida destrói.
Como é que se veio atear,
Quando – ai se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… foi um sonho.
Em que a paz tão serena a dormi!
Oh! Que doce era aquele olhar…
Quem me veio, ai de mim! Despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… Dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? Eu que fiz? Não o sei;
Mas nessa hora a viver comecei…
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer."
Almeida Garrett

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