Polícia e manifestantes entram em
confronto
Cerca de 300 manifestantes
reuniram-se na tarde de ontem, na Avenida Alberto Craveiro, em frente ao
viaduto do Macro, para protestar contra os altos investimentos com a Copa do
Mundo. Vários grupos sociais e sindicais juntaram-se à massa, convocados pelo Comitê
Popular da Copa, e caminharam pela avenida, em direção a Arena Castelão.
Gritando palavras de ordem, estavam grupos como o Conlutas, a Crítica Radical,
Servidores do IFCE, além de vários outros comitês sociais.
De acordo com uma das líderes do
grupo Crítica Radical, Rosa da Fonseca, o ato é uma forma de protestar contra o
capitalismo e os altos investimentos feitos para a Copa do Mundo, quando as
pessoas necessitam de saúde, segurança, educação e moradia. Comemorando um ano
da manifestação da Copa das Confederações que reuniu mais de 50 mil pessoas,
ela conta que o reduzido número de pessoas presentes no ato não entristece, nem
tão pouco enfraquece o movimento. “O clima de terror que se instalou com
relação às manifestações foi muito grande. Mas, aos poucos, é possível perceber
que as pessoas estão voltando a aderir o movimento e estão voltando para as
ruas. Não aguentamos mais os altos
investimentos e a falta de políticas públicas. É possível enfrentar esse aparelho
repressivo”, conta.
Os manifestantes chegaram a bloquear
um trecho da Avenida Alberto Craveiro; a passagem de torcedores ao estádio foi
impedida por alguns momentos. Um turista foi assaltado durante a manifestação.
Segundo a Polícia, alguns homens aproveitaram a multidão do protesto e realizaram
o assalto.
POLICIAMENTO
Cerca de 100 policias, divididos
entre os batalhões do Choque, Cotan e PRE fizeram a segurança dos manifestantes
e torcedores. Agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Guarda
Municipal, policiais rodoviários federais (PRF), promotores Ppblicos e membros
da Cruz Vermelha também estavam no local.
Após andar até a primeira barreira
policial, os grupos sociais decidiram recuar. Uma minoria de manifestantes
começou a jogar pedras na polícia que revidou com bombas de efeito moral e gás
lacrimogênio. Alguns manifestantes, intitulados black blocs, entraram em
confronto com a polícia e a manifestação se estendeu para a BR- 16. No momento,
a PRF interveio com vários homens e viaturas. A polícia militar utilizou pela
primeira vez um carro para controle de distúrbios civis que jogava jatos d’água
nos manifestantes, com o objetivo de dispersá-los.
O protesto foi disperso por volta das
15h30, pouco antes do início da partida entre Brasil e México no Castelão. Após
o protesto, a via ficou com marcas de pedras jogadas contra os policiais e
cápsulas de bala de borracha pelo chão. Alguns cones utilizados pela
organização do serviço de segurança foram quebrados.
APREENDIDOS
Segundo a polícia, 30 pessoas foram
detidas, entre elas 11 adolescentes. A polícia levou os detidos para a
delegacia, onde prestaram depoimento. Segundo o coronel Soares, do Comando de
Policiamento Especializado, os manifestantes apreendidos foram acusados de
vandalismo e de estarem incitando a violência. Os detidos foram levados para o
5º Distrito Policial e os menores encaminhados à Delegacia da Criança e do
Adolescente.
Moradores bloqueiam a via expressa
Um grupo de cerca de 100 manifestantes, bloqueou, na manhã de ontem
(17), a Via Expressa. Os manifestantes reivindicam por melhores condições de
moradia e contra a remoção da população das comunidades localizadas ao longo da
Via Expressa, devido à implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), obra de
mobilidade que estava prevista para a Copa.
Com bandeiras do Movimento dos Conselhos Populares (MCP), os
manifestantes chegaram a bloquear com pneus a Via Expressa, no sentido
Castelão. Policiais militares do Raio e
do Ronda do Quarteirão fecharam o outro sentido da via durante o protesto.
Minutos depois, os dois trechos foram liberados e o grupo fez uma caminhada
pela Avenida Abolição em direção à Igreja Nossa Senhora da Saúde.
(O ESTADO - Jessica Fortes
jessicafortes@oestadoce.com.br)
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