Marina Silva terá ‘presença restrita’ nos Estados
De resto, Marina e seus correligionários, fizeram questão de relembrar que são meros hóspedes na legenda de Campos. Vivem o entreato da campanha, mas já ensaiam seus papeis para a saída:
“A filiação transitória democrática permite que, tão logo a Rede obtenha seu registro na Justiça Eleitoral, o que deve ocorrer nos próximos meses, seus militantes formalmente vinculados ao PSB poderão se transferir para a legenda de origem sem o risco de qualquer tipo de sanção partidária.” O texto enfatizou: “Portanto, os militantes da Rede têm data para deixar o PSB.”
A nota foi elaborada a pretexto de esclarecer notícias sobre “supostas dificuldades no relacionamento entre a Rede e o PSB)”. Para compreender a peça, é preciso ler as linhas e as entrelinhas. Tomado assim, por inteiro, o contexto revela que as dificuldades são reais, não “supostas.
Mas Marina e seus correligionários não fazem disso um cavalo de batalha: “Rede e PSB reconhecem que ambos os partidos são independentes e com identidades próprias que devem ser respeitadas. Isso lhes assegura autonomia política sem comprometimento da aliança programática-eleitoral firmada em 5 de outubro passado.”
Fica claro na nota que a Rede não se considera representada nos acordos partidários que o PSB firmou em alguns Estados, como nas coligações com o PSDB em São Paulo e com o PT no Rio. Sem mencionar as praças onde há desavenças, o texto informa que Marina não se sente comprometida com acertos que considera desacertos.
Na campanha presidencial, informa a nota, a vice de Eduardo Campos “participará de atividades […] em qualquer unidade da federação.” Porém, “sua presença em eventos relativos às candidaturas aos governos estaduais ficará restrita aos locais nos quais a Rede está vinculada a uma das chapas da disputa.”
Ficou entendido também que o objetivo central de Marina é o de oferecer ao eleitorado uma alternativa à petista Dilma Rousseff e ao tucano Aécio Neves, cujos partidos monopolizam as sucessões presidenciais há duas décadas.
O problema é que, até aqui, Eduardo e Marina ainda não foram percebidos pelo grosso do eleitorado como uma opção “à polarização que nos últimos 20 anos domina a cena política do país.” Na opinião da Rede, essa polarização conduz o Brasil “à estagnação de seu processo democrático, descaracteriza o espírito público que deve conduzir o Estado e coloca sob risco as conquistas econômicas e sociais obtidas nas últimas décadas.”
Em resumo, o que a nota da Rede informa, com outras palavras, é o seguinte: a vice Marina Silva, numa comparação menos superficial com Eduardo Campos, é versa. O que faz valer a pena o esforço para atenuar as diferenças é o propósito comum de convencer o eleitorado de que vale a pena tentar algo que interrompa o vice-versa de PT e PSDB. Só falta combinar com os russos
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