“Num sábado fui tirar dinheiro e notei que havia uma quantia diferente do que deveria ter [na conta]. Quando fui ao banco, na segunda-feira, e, ao ver o saldo novamente, não tinha mais nada na conta, a não ser R$ 1,43”. Situações semelhantes à vivenciada, recentemente, pelo designer gráfico José Nilton, estão cada dia mais comuns, quando milhares de usuários de cartões magnéticos são vítimas de golpistas.
Segundo informações do levantamento “Estudo de fraude no comércio eletrônico”, realizado pela ClearSale - empresa especializada em prevenção à fraudes -, entre os três primeiros meses do ano a região Nordeste teve 18.889 fraudes evitadas em transações online, totalizando R$ 14,6 milhões no período. Só no Ceará, conforme a empresa, foram evitadas 15.604 fraudes, no comércio eletrônico, durante 2013, totalizando R$ 11,4 milhões. Isso equivale a um tíquete médio de R$ 733,00, sendo que, a cada R$ 100,00 em compras virtuais, R$ 6,56 são pagos em algum tipo de golpe – o que coloca o Estado como o menos seguro para se fazer compras no Brasil.
No Nordeste, entre os segmentos que apresentaram maior risco – no período de janeiro a março -, destacam-se a procura por telefonia celular, com 13,6% das compras realizadas identificadas como fraude e, dessa maneira, a transação criminosa foi evitada. Itens de Informática ficaram em segundo lugar com 10,8%; seguido por games, com 10,7%. Itens de beleza representaram 7,9% e em último lugar, itens automotivos, com 6,1% de compras de má fé evitadas. A média geral da região foi de 4,6%.
CUIDADOS
Segundo o coordenador de Projetos Corporativos da ClearSale, Gabriel Firer, a forma de pagamento favorita do consumidor - cartão de crédito ou de débito em conta -, deve ser acompanhado de perto. Sempre é aconselhado o monitoramento do extrato no momento das compras, confirmando valores e pedidos efetuados. Outro ponto que deve ser levado em conta, de acordo com o especialista, a confirmação da compra feita por telefone, especialmente nos pedidos de alto valor. “Em caso de ligação, é importante averiguar a idoneidade da empresa, confirmando os dados da transação, informações disponíveis apenas por ela”, destaca.
O risco maior é quando o consumidor teve copiado o número de seu cartão, “e isso pode ser conseguido, sim, pela internet, embora, muitas vezes, em algum lugar físico, como restaurantes, por exemplo”, observa Firer. Ele pondera que, para ser vítima da fraude, na internet, o cliente não precisa, necessariamente, acessar um computador. O que pode mudar essa realidade, é o investimento de empresas em programas e soluções antifraudes “para evitar esse prejuízo para elas e o consumidor, evitando problemas futuros”, ressaltou Firer.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por sua vez, também traz algumas recomendações quanto ao uso de cartões. A primeira orientação é a guarda da senha de maneira sigilosa, não contando a ninguém, mesmo que seja seu melhor amigo. Outro cuidado importante é que o cliente deve estar atento no momento da compra. Quando o caixa lhe fornecer o equipamento onde o código deve ser digitado, deve-se prestar muita atenção se os numerais são marcados no campo próprio da senha e, dessa maneira, ficam em forma de asterisco. Não é impossível pedirem que os dados sejam marcados na área destinada ao valor, por exemplo, para que se consiga livre acesso ao código. Além disso, também é importante trocar a combinação sempre que possível e observar se não tem ninguém “de olho” enquanto você a digita.
CAIXAS ELETRÔNICOS
Com relação ao uso de caixas eletrônicos, em caso de retenção de cartões, o cliente deve apertar as teclas “Anula” ou “Cancela”, e comunicar-se imediatamente com o banco. “Tente utilizar o telefone da cabine para comunicar o fato. Se ele não estiver funcionando, pode tratar-se de tentativa de golpe. Nesses casos nunca aceite ajuda de desconhecidos, mesmo que digam trabalhar no banco, nem digite senha alguma na máquina”, reforça a Febraban.
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