terça-feira, 7 de abril de 2015

Policiais civis de Pernambuco denunciam em dossiê , desde a falta de estrutura para os policiais trabalharem até a carência de equipamentos de proteção

Sinpol orienta policiais civis a trabalharem em operação-padrão


Foto: Divulgação.
Sindicato apresentou dossiê durante coletiva de imprensa nesta segunda. Foto: Divulgação.
Blog de Jamildo
O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) subiu o tom nesta segunda-feira (06) com críticas à política de segurança do governo do Estado e tomou medidas extremas para resolver os problemas que atingem a categoria. Com o intuito de evitar o improviso na realização das atividades, a orientação repassada pela entidade é iniciar uma operação-padrão.
No caso, os policiais vão trabalhar obedecendo aos procedimentos e legislação do processo penal. O Sinpol divulgou um manual em seu site para orientar os servidores no dia a dia das atividades. A operação teve início na tarde desta segunda e não tem prazo para acabar.
“A operação-padrão vai exigir do governo que as situações citadas no dossiê sejam cumpridas. A polícia está funcionando no ‘jeitinho’. Quem carrega nas costas são os agentes e escrivães”, explicou Jesualdo Campos, coordenador jurídico do Sinpol.
“Orientamos os policiais, por exemplo, a não saírem em viaturas que não tenham os equipamentos como macaco ou pneu reserva. Outra recomendação é que os boletins de ocorrência só poderão ser feitos na presença de um delegado, como diz a lei”, acrescentou o representante. “A lei deve ser cumprida a qualquer tempo”, pontuou.
A entidade de classe apresentou, em coletiva de imprensa, um dossiê com várias denúncias, que vão desde a falta de estrutura para os policiais trabalharem até a carência de equipamentos de proteção.
O órgão também prometeu acionar o Ministério Público e a Vigilância Sanitária para pedir a interdição das delegacias da Macaxeira, Olinda e Cabo de Santo Agostinho e dos Institutos de Medicina Legal (IMLs) do Recife e de Petrolina, nesta terça-feira (7). O argumento é a precariedade nas unidades. O levantamento da Polícia Civil faz parte do projeto Operação Polícia Cidadã.
Para chegar ao dossiê, a equipe do Sinpol visitou 36 unidades em 30 municípios do Estado, entre delegacias, seccionais e o Instituto de Medicina Legal (Petrolina, Caruaru e Recife). Até o fim do ano, a diretoria do sindicato pretende percorrer todas as delegacias do Estado para realizar uma radiografia completa da situação dos 4.900 policiais na ativa.
Entre as denúncias apontadas pelo Sindicato estão: ausência de dormitório, instalações insalubres, cozinha e banheiros sem as mínimas condições de higiene, tetos e paredes com infiltrações, falta d’água, canos e esgotos estourados, falta de ar-condicionado, xadrez (para prisão provisória) sem as mínimas condições humanas, ausência de garagem para guardar viaturas e instalações elétricas precárias.
Segundo a diretoria do Sinpol, o objetivo do dossiê é mostrar para a sociedade a situação caótica e desumana na qual se encontra o Policial Civil no exercício de sua atividade.
Em críticas ao Pacto Pela Vida, a entidade pontuou que os homicídios estão em número crescente, enquanto o efetivo de policiais continua estagnado.
Dados do Sinpol revelam que, entre janeiro de 2007 e maio de 2014, ingressaram 2.905 policiais civis no quadro. Neste mesmo período, saíram da polícia civil 2.147 policiais, mantendo o efetivo praticamente o mesmo em sete anos.
Em dezembro de 2014, Pernambuco tinha cerca de 4.900 policiais civis, entre delegados, agentes, escrivães, comissários etc. O ideal, também segundo o próprio Governo do Estado, seria de 10,5 mil, para uma população 9,2 milhões de habitantes no Estado, de acordo com o último censo do IBGE.
“Existe um fantástico mundo da fantasia nos números apresentados pelo Governo do Estado. Se a apresentação de estatísticas pode fazer o governo lograr prêmio e menções ao famigerado Pacto Pela Vida, a realidade é que faltam policiais civis investigando e solucionando crimes”, disse a entidade, por meio de nota.
Sem desconsiderar o êxito obtido pelo Pacto no Estado, o Sinpol afirma que no âmbito da prevenção e investigação de crimes, existe um “verdadeiro apagão na segurança pública em Pernambuco”.
LEVANTAMENTO – O Sinpol percorreu as cidades de Arcoverde, Araripina, Agrestina, Belém do São Francisco, Belo Jardim, Cabo de Santo Agostinho, Caruaru, Correntes, Custódia, Chã Grande, Exu, Garanhuns, Jupi, Lagoa de Itaenga, Lajedo, Moreno, Olinda, Ouricuri, Pesqueira, Petrolina, Recife, Santa Cruz do Capibaribe, São Caetano, São José da Coroa Grande, São José do Belmonte, Serra Talhada, Tacaratu, Tracunhaém, Timbaúba e Trindade.
Além das Delegacias de Polícia, o sindicato ainda visitou os IMLs (Instituto de Medicina Legal) de Recife, Caruaru e Petrolina.

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