Não é minha
intenção, em momento algum, defender esse jovem, muito pelo contrário. Defendo a tese do ajoelhou, tem que rezar,
deveu tem que pagar. Mas nesse caso envolvendo o jovem Thor (20), na morte do
também jovem cicliste Wanderson Pereira dos Santos (30), existe uma perguntinha
que não quer calar: Se esse menino não fosse filho do megaempresário Eike
Batista (55), a imprensa teria dado tanto destaque como vem dando ao caso? É
claro que não. Afinal de contas, quantas vidas são ceifadas no trânsito
brasileiro, diariamente, por imprudência, imperícia ou coisa que o valha, e, de
tão “comum”, muitas das vezes, o assunto
passa batido ou recebe da imprensa um pequeno registro?
Agora,
quando envolve um figurão, como no caso de Thor, que dirigia um SLR McLaren,
carrão de alguns milhares de dólares, e é filho de um dos homens mais ricos do
Brasil, aí é um prato cheio para se conseguir mais “ibope”. Por conta disso, a
imprensa vira verdadeiros urubus na carniça, sem se preocupar com o que os pais
desses jovens devem estar passando com a situação. Com seu possante, Thor foi, no mínimo,
imprudente quando seifou a vida de outro jovem. A própria família organizou uma
missa de sétimo dia para o rapaz atropelado. A cerimônia foi realizada em uma
igreja no Rio de Janeiro na noite desta sexta-feira, 23. Isso amenizará a dor
dos pais do jovem falecido? É claro, é claríssimo que não! Redime Thor da
culpa? Também não!Falo isso de cátedra pois já perdi uma filha em acidente de trânsito, por irresponsabilidade do motorista que, embriagado e em alta velocidade, colidiu, de frente, com o carro em que se encontrava minha Norminha que perdeu a vida, com apenas 18 aninhos de idade. Portanto, sei bem, sei muito bem, o que é perder um filho prematuramente por irresponsabiliade.
Para entender o caso
Thor, estudante de economia, no último sábado, 17, em Xerém, Duque de Caxias, Baixada Fluminense, atropelou outro jovem, este vindo a falecer. Em seu Twitter, Thor deu a sua versão do caso. “Descia a BR-040 após um almoço com amigos, coisa que faço uma vez por mês, no restaurante Clube do Filet em Itaipava.
Durante todo o trajeto, a velocidade do veiculo permaneceu dentro dos limites da lei, realizei ultrapassagens. Perto do local do acidente, não tem iluminação, por isso utilizava o farol alto, farol de milha e farol de neblina.
Trafeguei
por ali cerca de seis vezes dentro de 1 ano, estava consciente que
frequentemente ciclistas atravessam a faixa dupla da autoestrada.
Vinha na
faixa esquerda com muito cuidado, sem ao menos dialogar com o meu carona,
repentinamente um ciclista atravessou do acostamento do lado direito até o meio
da faixa da esquerda, onde trafegam veículos.
Minha
imediata reação foi aplicar forca total nos freios do carro, segurando o
volante reto, mas infelizmente foi impossível evitar a colisão”, explicou.Palavras do rapaz que prestou depoimento, em um delegacia da Baixada Fluminense e não foi indiciado pelo acidente. Ele disse ainda: "Eu lamento profundamente pela perda do Wanderson. Eu respeito a dor da família. A perda de um ente querido é complicada. E mesmo convicto da minha inocência, confirmo que vou prestar todo o auxílio necessário à família, até o que for mais que necessário".
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