(I)MOBILIDADE:
CAOS PLANEJADO
Julieta Brontée
Nada no
Capitalismo é por acaso. Até o caos, nesse sistema econômico é fruto de um
planejamento muito bem planejado. A maior prova disso é a situação de
imobilidade por que passa o trânsito das principais cidades brasileiras, fruto
de uma política desenfreada, com o perdão do trocadilho, de incentivoa
aquisição de veículos de uso individual em detrimento de investimentos em
transportes de massa.
A
pretexto de fomentar a indústria nacional e, por conseguinte, o emprego e a
renda, o governo federal e alguns governos estaduais, criaram uma série de
incentivos fiscais e benefícios vários para a implantação e expansão de toda
uma cadeia de produção e importação ligada ao setor de montadoras de veículos.
Associado
a isso, desencadeou-se uma campanha de estímulo ao consumo desses produtos
mediante a oferta de crédito fácil, porque oferecido a prazos elásticos, ainda
que mediante juros dos mais altos do mundo, gerando a sensação enganosa de
aumento do poder de compra da classe trabalhadora.
O
resultado disso foi que uma parte considerável da classe trabalhadora que nunca
tivera um veículo, passou a tê-lo, passando, também, a acrescentar a seu
orçamento, um nível de endividamento pessoal "nunca antes visto na
história deste país".
Dados do
IBGE comprovam que cerca de 70% das famílias brasileiras estão endividadas
porque Lula e Dilma disseram que isso era muito bom para elas e para o país.
Mas estão
endividadas também porque hoje é muito mais barato o trabalhador ir pro
canteiro de obras, por exemplo, na sua moto adquirida em 60 meses e que faz até
40 km com um litro de gasolina, do que pegar dois 3 ônibus que o conduzam de
casa a seu local de trabalho.
Vê-se,
portanto, que a lógica que impera no governo do lulo-dilmo-petismo, é a lógica
do capital. Não se investe em transportes de massa, como o transporte
ferroviário, por exemplo, mas em transportes individuais ou rodoviários que
favorecem ao sistema financeiro que financiam a aquisição dos veículos e das
construções de vias e viadutos, nunca suficientes, lucrando, juntamente com as
empreiteiras, que são os grandes beneficiários da política neoliberal hoje
praticada no País. Enquanto não invertermos essa lógica perversa, continuaremos
vivendo nesse caos estrategicamente armado contra nós.
CURTO
CIRCUITO
• Arrebatando
Na
campanha eleitoral de Fortaleza, mais um detalhe curioso (e incômodo para o
deputado Inácio Arruda, candidato do PCdoB). A cor vermelha, tão característica
dos comunistas, foi trocada pelo verde. Só falta acabarem com o símbolo da
foice e do martelo.
• Falta de identidade
A
justificativa para a mudança, segundo Inácio Arruda é para que os eleitores não
confundam as cores do PCdoB com o vermelho do PT e o amarelão do PSB. Ou seja,
o PT dominou o vermelho e PSB o amarelo do PCdoB que agora tomou pra si as
cores do PV (Partido Verde). Resultado: Perdeu a identidade.
• Mercantilismo
O Ministério Público eleitoral tem em mãos
mais um entre os muitos problemas da mesma natureza, ou seja, um flagrante de
compra de voto. Dessa vez, em Caririaçu, onde foi filmada entrega de dinheiro a
eleitor, por parentes do candidato a prefeito, Acácio Lima. Trata-se apenas de
um caso isolado, já que, estado a fora, é só o que “rola” nesse período.
UMAS & OUTRAS
•
Calando a boca... A Assessoria de Comunicação do Banco do Nordeste do Brasil,
tendo em vista alguns comentários e críticas surgidos, principalmente por conta
da nomeação do novo presidente, Ary Joel Abreu Lanzarin (escolha pessoal de
Dilma) e de algumas personalidades que chegaram a taxar de “fraca” a atuação
daquele banco, vem a o público para a firmar que só em micro-crédito, foram
aplicados R$ 3 bi nos últimos anos.
• Lastimável -
O vereador Plácido Filho (PDT), cobra do presidente da CMF, Acrísio Sena,
pedido de desculpas, em nome da Casa, à OAB-CE. Isso, porque, para o coquetel
de comemoração da entrega das certeiras aos novos advogados, o local oferecido
foi “um beco estreito, com um esgoto que exalava um mal cheiro tão grande que
os convivas abandonaram o recinto com fome e com sede.
• E agora? -
Depois do verdadeiro “furdunço”. que foi a assembleia em que os professores da
UFC e da UNILAB decidiram encerrar a greve de quase 70 dias, permanece uma
dúvida que maltrata centenas de alunos: como e quem vai devolver a eles um
semestre perdido, que, para muitos representa um atraso em suas vidas, difícil
de ser recompensado.
De segunda à sexta, das 12h30 às
13h, programa Conexão Global, na Rádio Assunção Cearense – 620 AM. Contamos com
sua audiência. Sugestões, informações e críticas: jbrontee@uol.com.br ou
www.blogdabronte.blogspot.com.br.
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