LIÇÃO PARA OS PARTIDOS

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO

Julieta Brontée

                                 

            O triste episódio envolvendo o inexperiente vereador Aonde É que terminou sendo forçado a renunciar para não ver cassado o seu mandato, é um tipo de mal que poderia vir para o bem. Na verdade, enquanto a imprensa teve nesse escândalo, material suficiente para explorar, fazendo dele muitas manchetes espetaculosas, muitos outros aspectos poderiam ser abordados, e não apenas os crimes de que ele foi acusado, principalmente o de receber indevidamente dinheiro que seria destinado a um de seus assessores. Os partidos políticos, diante do que aconteceu, deveriam se debruçar sobre o assunto, do qual se aproveitariam para evitar cometer os erros crassos que têm sido cometidos, notadamente no que diz respeito à escolha de suas listas de candidatos. A Lei Eleitoral, sem meias palavras, recomenda que, além da competência para angariar votos, os candidatos também sejam selecionados tendo em vista a sua capacidade de distinguir o bem do mal. O erro do PTC ao candidatar Aonde É, nada tem a ver com a sua condição de entregador de pizzas, mas sim, a absoluta ignorância sobre o que é improbidade. É claro que ele não é o único a praticar esse tipo de ação. Mas foi o mais ingênuo.

                                               CURTO CIRCUITO    

Êta, Ceará!

 ****  Há motivos para que a imprensa estrangeira achE o Brasil um país atípico. Um exemplo: agora mesmo, enquanto 97% dos municípios do Ceará amargam a total falta de água, as populações dos municípios de Itapipoca, Trairi e Tururu temem ser desalojadas de suas moradias, se a barragem do açude Gameleira, inaugurada há dois anos se romper...

Lições

****    Se algo que o deputado Evandro Leitão (PDT), líder do governo na AL precisa, e com urgência, é um “curso de malandragem”, se quiser se encaixar naquele papel.  Liderar bancada governista exige firmeza com a oposição, domínio dos problemas do governo e controle dos liderados, o que exige experiência, que ele ainda não tem. 

No vazio

****    Em meio às dificuldades para legislar, alguns deputados surgem com boas idéias. O deputado Odilon Aguiar (PMDB), está propondo a aprovação do Programa Cearense de Desenvolvimento Sustentável, em apoio à cadeia produtiva. Mas o fez como projeto de indicação, matéria, infelizmente, termina candidata ao arquivamento pelo Executivo.

Que vergonha!

****  Se o nosso diplomata maior, José Maria da Silva Paranhos Filho, Barão do Rio Branco, fosse vivo, estaria morrendo de vergonha. Desde que existe o Itamaraty, nunca a diplomacia brasileira, que tem fracassado nos governos do PT, viveu a situação que vive hoje, com seus funcionários em greve por questões funcionais e salariais.

Sem explicações

**** Num estado em que jovens em geral, sofrem a falta de incentivos para a prática de esportes sadios, o presidente da Federação Cearense de Futebol Mário Carmélio, critica  decisão do governo federal, que, para conceder apoio financeiro aos clubes de futebol, exige  a implantação do futebol feminino, assim como o fortalecimento do futebol de base.

Coisas do PT

****    O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, é bem um exemplo do que é o governo do PT. Ele, que é tido como articulador, rejeitou a articulação política, preferindo a atual pasta. De nada adiantou, pois ele termina sendo “explorado” para ajudar o articulador Michel Temer. Sem problemas, a Aviação Civil é mais uma pasta descartável.

Tá na cara

****                Na CMF, há comentários de que a continuidade das sessões itinerantes daquele poder começa a encontrar dificuldades. Isso porque o presidente Salmito não quer que  essas sessões contem apenas com os vereadores dos bairros onde elas são realizadas. Para ele, cada sessão é do interesse de todos os vereadores, que lá devem estar presentes.

Calvário

****    É bem possível que o deputado José Guimarães (PT-CE), ao assumir a liderança do governo na Câmara, não imaginasse o tamanho do “abacaxi” que acabava de tomar sobre os ombros. Não é tarefa fácil convencer parlamentares que defendem aposentados, idosos e viúvas, de que o reajuste fiscal proposto será benéfico a essas faixas da população.