THATIANY NASCIMENTO
thatynascimento@oestadoce.com.br
Assaltos, latrocínios, homicídios e crimes de vingança. Delitos cada vez mais protagonizados por adolescentes. Jovens com armas de fogo nas mãos que, nos primeiros 75 dias de 2012, renderam 63 apreensões por policiais do Ronda do Quarteirão. Do total de 451 operações realizadas pela Polícia Comunitária, 118 – 13,7% - envolviam adolescentes. Acentuação da violência sofrida e praticada pela população jovem, cada vez mais refém do tráfico de drogas na Capital e Região Metropolitana.
Só este mês, 16 armas foram encontradas em posse de adolescentes nas inspeções executadas nas ruas pelos PMs do Ronda. “Fazemos a vistoria a partir de denúncias ou quando percebemos alguma conduta suspeita”, explicou o comandante do Ronda do Quarteirão, coronel Alencar.
Além de armas, o porte da droga. Este ano, 45 jovens foram detidos portando algum tipo de entorpecente. É a “mão de obra barata” do tráfico na Grande Fortaleza, conforme o sociólogo e diretor geral da Academia Estadual de Segurança Pública, César Barreira.
GRANDES TRAFICANTES
De acordo com o especialista, 70% das ocorrências que envolvem jovens têm a tríade violência-armas-drogas, como pano de fundo. “Os grandes traficantes armam os adolescentes, que exercem a função de ‘pistoleiros’. São os cobradores de dívidas, que a mando de adultos cometem crimes. Roubam e matam. Antagonicamente, vítimas e sujeitos dos delitos”, analisou.
No combate a esta realidade, existe a necessidade de um policiamento qualificado, preventivo e interligado à realidade social. Políticas de segurança que prezem pelo combate ao porte ilegal de armas e por ações ostensivas de patrulha. “Temos que comemorar o número de apreensões, já que isso significa que armas estão sendo retiradas de circulação. Paralelo a isso, devemos pensar a realidade dos jovens. A criminalização da juventude não pode ser o caminho para administração das medidas punitivas. Defendo e respeito o Eca [Estatuto da Criança e do Adolescente] e acho que deve ser cobrado mais rigor nas investigações que buscam os grandes traficantes”, argumentou.
PODER SIMBÓLICO
Os latrocínios e os crimes motivados por conflitos pessoais ampliam o panorama da violência. Para César Barreira, que também é pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), as armas, além de viabilizarem a produção de agressões, potencializam a construção de identidades de referência para os adolescentes. “É a lei do mais forte. O que os jovens em seus processos de sociabilidade procuram? Respeito, igualdade frente aos adultos e autoafirmação. Elementos, que em situações vulneráveis, são viabilizados pela prática da violência”, destaca.
ARMAS APREENDIDAS
Os jovens e as armas apreendidas, em todos os casos, são encaminhados à Delegacia de Combate à Exploração de Crianças e Adolescentes (Dececa), segundo o comandante do Ronda do Quarteirão, coronel Alencar. A Dececa é responsável por encaminhar o armamento ao Poder Judiciário, que o armazena em depósitos judiciais até que seja decidida qual a finalidade será dadas a elas.
Fonte: O Estado
thatynascimento@oestadoce.com.br
Assaltos, latrocínios, homicídios e crimes de vingança. Delitos cada vez mais protagonizados por adolescentes. Jovens com armas de fogo nas mãos que, nos primeiros 75 dias de 2012, renderam 63 apreensões por policiais do Ronda do Quarteirão. Do total de 451 operações realizadas pela Polícia Comunitária, 118 – 13,7% - envolviam adolescentes. Acentuação da violência sofrida e praticada pela população jovem, cada vez mais refém do tráfico de drogas na Capital e Região Metropolitana.
Só este mês, 16 armas foram encontradas em posse de adolescentes nas inspeções executadas nas ruas pelos PMs do Ronda. “Fazemos a vistoria a partir de denúncias ou quando percebemos alguma conduta suspeita”, explicou o comandante do Ronda do Quarteirão, coronel Alencar.
Além de armas, o porte da droga. Este ano, 45 jovens foram detidos portando algum tipo de entorpecente. É a “mão de obra barata” do tráfico na Grande Fortaleza, conforme o sociólogo e diretor geral da Academia Estadual de Segurança Pública, César Barreira.
GRANDES TRAFICANTES
De acordo com o especialista, 70% das ocorrências que envolvem jovens têm a tríade violência-armas-drogas, como pano de fundo. “Os grandes traficantes armam os adolescentes, que exercem a função de ‘pistoleiros’. São os cobradores de dívidas, que a mando de adultos cometem crimes. Roubam e matam. Antagonicamente, vítimas e sujeitos dos delitos”, analisou.
No combate a esta realidade, existe a necessidade de um policiamento qualificado, preventivo e interligado à realidade social. Políticas de segurança que prezem pelo combate ao porte ilegal de armas e por ações ostensivas de patrulha. “Temos que comemorar o número de apreensões, já que isso significa que armas estão sendo retiradas de circulação. Paralelo a isso, devemos pensar a realidade dos jovens. A criminalização da juventude não pode ser o caminho para administração das medidas punitivas. Defendo e respeito o Eca [Estatuto da Criança e do Adolescente] e acho que deve ser cobrado mais rigor nas investigações que buscam os grandes traficantes”, argumentou.
PODER SIMBÓLICO
Os latrocínios e os crimes motivados por conflitos pessoais ampliam o panorama da violência. Para César Barreira, que também é pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal do Ceará (UFC), as armas, além de viabilizarem a produção de agressões, potencializam a construção de identidades de referência para os adolescentes. “É a lei do mais forte. O que os jovens em seus processos de sociabilidade procuram? Respeito, igualdade frente aos adultos e autoafirmação. Elementos, que em situações vulneráveis, são viabilizados pela prática da violência”, destaca.
ARMAS APREENDIDAS
Os jovens e as armas apreendidas, em todos os casos, são encaminhados à Delegacia de Combate à Exploração de Crianças e Adolescentes (Dececa), segundo o comandante do Ronda do Quarteirão, coronel Alencar. A Dececa é responsável por encaminhar o armamento ao Poder Judiciário, que o armazena em depósitos judiciais até que seja decidida qual a finalidade será dadas a elas.
Fonte: O Estado
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