"A crise da TV Cultura, de São Paulo, alinha-se a um processo corrosivo que, por quase três décadas, hostilizou, desdenhou e induziu ao sucateamento tudo o que não fosse mercado. Sua longa agonia, portanto, está longe de ser um problema apenas financeiro ou técnico. Aqueles que decretaram a irrelevância da esfera pública na construção da sociedade brasileira e de seu desenvolvimento não poderiam jamais ter um projeto coerente de emissora de televisão, voltada para os interesses gerais da cidadania.Esse é o cerne de uma montanha-russa de crises e improvisações que agora ensaia um novo divisor. Ao conceder, unilateralmente, a uma corporação midiática, caso da Folha de São Paulo, 30 minutos semanais na grade da emissora, em horário nobre, o que se sugere é mais um golpe de apropriação da esfera pública pela endogamia de interesses que não são os da sociedade. O desatino da TV Cultura tem que ser interrompido. Não é fazendo de seu sinal um anexo do 'jornalismo amigo' produzido na Barão de Limeira que esse objetivo será alcançado. (Leia o editorial de Joaquim Palhares, diretor de Redação Carta Maior) " (Carta Maior)
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