quinta-feira, 11 de abril de 2013

Empresa Brasileira de Comunicação lança Manual de Jornalismo, edição impressa

"A edição impressa do Manual de Jornalismo da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) foi lançada hoje (11), em Brasília. A publicação, disponível na internet desde junho de 2012, traz os princípios e valores da empresa, além de orientações gerais para o trabalho diário dos profissionais de todos os seus veículos.
Na avaliação do jornalista Antonio Achilis, que coordenou o processo de elaboração do manual, trata-se de um marco na construção da comunicação pública do país. Ele ressaltou que a publicação é resultado de um trabalho coletivo e democrático, que envolveu jornalistas de todas as plataformas usadas na empresa e contou com as contribuições de especialistas externos e de representantes da sociedade civil.
Para Achilis, que é especialista em gestão estratégica da informação e ex-presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec), a principal característica do Manual de Jornalismo da EBC é a “forte abertura à participação da sociedade”.
“Analisamos manuais de dez países e percebemos que há um consenso entre eles no que tange a questões éticas, de correção, de respeito à privacidade. No nosso caso, foram agregados conceitos importantes de estímulo à qualificação das pessoas [profissionais] e do produto, por meio, entre outros fatores, da forte abertura à participação da sociedade. Isso deve ocorrer com mecanismos estáveis e de forma regrada. As pessoas têm espaço para participar [do conteúdo que a empresa produz] sem que a EBC abra mão da qualidade do que veicula”, ressaltou.
O jornalista português Carlos Fino, que trabalhou na Rádio e Televisão Portuguesa (RTP) e que participou hoje  da terceira edição do Diálogos EBC, evento interno da empresa, que promove debates sobre temas relacionados à comunicação, destacou que "o fazer substancialmente diferente" em relação aos veículos comerciais, sem abrir mão da qualidade e da audiência, é o principal desafio da comunicação pública.
“Se é para fazer igual ao setor privado, para que o Estado gasta dinheiro?", questionou Carlos Fino, enfatizando que os veículos públicos são feitos para o público, com dinheiro do público e devem ser controlados pelo público.
Para ele, a iniciativa brasileira de estabelecer parâmetros para o setor, com o lançamento do manual, revela que essa preocupação “está muito presente”. “Embora o Brasil engatinhe nessa área, percebemos que houve avanços nos últimos cinco anos na direção da consolidação de um serviço público que mereça esse nome, que esteja a serviço do público, e não dos governos ou do Estado”, disse o jornalista,reconhecido como o primeiro repórter a noticiar o bombardeio do Iraque em 2003, quando era correspondente internacional em Moscou.
O diretor-presidente da EBC, Nelson Breve, ressaltou que o manual, resultado dos cinco anos de experiência desde a criação da empresa, refina a prática do jornalismo público interno, mas também reflete o compromisso da instituição com a sociedade.
Segundo Breve, o nome dado à publicação, Somente a Verdade, corrobora o principal caráter da atividade jornalística, que deveria ser entendida, independentemente de ser financiada com recursos públicos ou privados, como um serviço público. Para ele, a definição de regras claras para a busca, o tratamento e a publicização da informação que deve ser de interesse do cidadão é imprescindível para que todos esses processos sejam feitos com integridade.
"Temos que primar pela perfeição, o que não é fácil porque somos humanos e erramos, mas o erro não pode ser uma forma de justificar intenções que não são as de busca e divulgação da verdade. O cidadão tem o direito de tomar suas decisões com base nisso, com base nas informações que ele recebe”, enfatizou, destacando que o lançamento da edição impressa do manual ocorre na semana do Dia do Jornalista – 7 de abril – quando também comemoram-se os cinco anos da lei que criou a Empresa Brasil de Comunicação.
A diretora de Jornalismo da EBC, Nereide Beirão, disse que lançamento encerra um ciclo "desafiador e interessante". Ela enfatizou que a produção do manual não limita a prática jornalística, mas define parâmetros para uma produção que se diferencie dos conteúdos dos veículos comerciais, sendo "mais completa para o ouvinte, o leitor e o telespectador".
"O jornalismo público dá ao profissional o direito de produzir sem manipulação, sem influência, o jornalismo de verdade, em sua plenitude, e o conteúdo do manual conseguiu refletir nossos princípios, valores, de acordo com a lei que criou a EBC", disse.
A diretora destacou, no entanto, que a prática jornalística é dinâmica, e que o manual deve absorver, futuramente, novas contribuições e ter novas edições.
Nereide Brandão ressaltou que, entre outros temas, a publicação consolida a autonomia e a isenção da cobertura jornalística das atividades do Poder Executivo, ao qual a EBC está vinculada formalmente, mas sem dar espaço ao preconceito que possa deixar de lado informações de interesse do cidadão, como sobre programas e serviços do governo que podem ser usados pela população. Ela enfatizou que o manual também busca a interiorização da notícia, de modo a valorizar a real diversidade cultural no país, fugindo de esteriótipos."Agência Brasil)

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