domingo, 22 de setembro de 2013

Estudante é libertado e afirma que voltará às ruas

2ª EDIÇÃO PASSE LIVRE Manifestante preso sob acusação de depredação voltou a dizer que é inocente no caso. Ele disse que não foi maltratado na prisão, mas criticou instalações

Após passar três dias detido no Centro de Observação e Triagem Everardo Luna (Cotel), o estudante Bruno Torres Mendes Soares, de 19 anos, preso durante um protesto na última quarta-feira, foi liberado pela Justiça no final da tarde de ontem. O estudante estava sendo acusado de depredação de patrimônio durante a menifestação no Centro do Recife e foi solto depois que os advogados conseguiram a sua liberdade provisória.
Com aspecto de cansado, o jovem foi recebido do lado de fora do Cotel por advogados, família e cerca de 30 amigos, que gritaram palavras de ordem durante toda a tarde. Bruno negou participação nos atos de vandalismo e disse que continuará participando dos protestos. "Estou aliviado, mas ainda me sinto injustiçado. Não fui maltratado na prisão, dividi uma cela especial com 30 pessoas que também me fizeram várias denúncias em relação ao presídio. Diante de tudo isso, a minha atitude nas próximas manifestações não vai mudar, será a mesma", contou.

Em relação à postura dos policiais durante a sua prisão, o estudante criticou a "falta de preparo". "Eles prenderam 16 manifestantes porque duas pedras tinham sido arremessadas. Como esse grupo todo pode ser responsabilizado por esse ato sem provas?", questionou. "Além disso, eu ainda fui ameaçado por um PM. Ao ser levado para a delegacia, um deles olhou para mim e disse para baixar a cabeça, senão ele ira marcar o meu rosto".

Ainda em frente ao Cotel, o jovem pediu por justiça e quer que o Governo prove a sua participação nos atos de vandalismo. "Desejo que a SDS e o governo mostrem, através das imagens dos equipamentos de segurança, que eu estava praticando arruaça. Eu estava reivindicando os meus direitos". A mãe do estudante, a comerciária Waldemira Torres Mendes, comemorou a liberdade do filho, mas confessou ter medo que ele seja confundido com um vândalo novamente.

"Ele luta por causas importantes, mas, como mãe, fico com medo. Apoio ele em tudo e continuarei aqui, ao lado dele". Além de Bruno, outras 15 pessoas foram detidas no protesto pelo passe livre e contra repressão policial. Oito adultos pagaram fiança e sete adolescentes foram liberados.

(JORNAL DO COMMERCIO)

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