sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Recife: Manifestantes de movimentos populares exigem a soltura de estudante

GRUPOS EXIGEM A SOLTURA DE ESTUDANTE

MOBILIZAÇÃO Bruno Torres foi o único entre os jovens detidos no ato de quarta-feira a ser levado para o Cotel, acusado de corrupção de menores. Ele não teve direito a fiança

A prisão do estudante de história da UFPE Bruno Torres, 19 anos, um dos organizadores do grupo Unidade Vermelha em Pernambuco, revoltou manifestantes de vários movimentos que atuam na defesa do passe livre no Estado. Dos nove adultos detidos nas manifestações realizadas na última quarta-feira, na área central do Recife, Bruno foi o único que não teve direito à fiança e foi encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. Ontem à noite, um grupo de jovens iniciou uma vigília em frente à unidade prisional para cobrar a libertação do estudante.
Além de responder por desobediência e depredação de patrimônio público, como os demais, Bruno Torres foi acusado de cometer corrupção de menores, elevando a pena prevista para sete anos e meio de reclusão, o que impossibilitou o pagamento de fiança. Segundo o delegado Antônio de Campos, o rapaz incitou menores a jogar pedra no posto de recarga do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM), na Boa Vista, durante o protesto.

A decisão de encaminhar o jovem ao Cotel foi duramente criticada pelos movimentos sociais, que alegaram ter imagens que provam a inocência do rapaz. "Mostramos um vídeo que comprova que Bruno só chegou ao posto do VEM alguns segundos após a depredação, mas o delegado não considerou as imagens suficientes porque os policiais da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicleta) afirmam que 16 pessoas atiraram pedras no prédio e que Bruno era uma delas", declarou o advogado Marcos Bezerra de Lima Júnior, que atua, de forma voluntária, na defesa do estudante.

A filmagem mostra o estudante chegando no local da depredação depois de se ouvir o barulho das pedras atingindo os vidros do posto de recarga do VEM. "Ainda dizem que ele estava liderando as manifestações, mas, na verdade, fotos e vídeos mostram Bruno sempre segurando uma faixa com outros companheiros", acrescentou Marcos Bezerra.

Por telefone, Rodrigo Dantas, um dos membros do grupo Unidade Vermelha, afirmou estar certo de que a prisão de Bruno foi meramente política. "Além do vídeo, o vigia do posto do VEM depôs afirmando que nenhum dos 16 detidos era responsável pelas pedradas. Prenderam aleatoriamente e, quando viram que Bruno estava no meio dos 16, aproveitaram. Acreditamos que existe uma perseguição política e queremos demonstrar isso para a sociedade da forma mais ampla possível", argumentou. Segundo os manifestantes, a vigília em frente ao Cotel só acabará quando Bruno Torres for liberado.
(JORNAL DO COMMERCIO)
 

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