segunda-feira, 30 de setembro de 2013

PRETO NO BRANCO, coluna publicada no jornal O ESTADO

Sexta-feira, 27 de setembro de 2013
DESLEALDADE A TODA PROVA
A saída dos irmãos Ferreira Gomes e de seu grupo político do Partido Socialista Brasileiro, associada às pesadas críticas feitas pelo líder do clã, ex-ministro Ciro Gomes deixa claro, para quem ainda duvidava, que a candidatura de Eduardo Campos é para valer e que não se trata de nenhuma estratégia montada pelo próprio Lula, como alguns insistiam em afirmar.
A decisão foi tomada porque os Ferreira Gomes não veem sentido em se aventurar numa candidatura, como a de Eduardo Campos, cujo propósito é exclusivamente a promoção pessoal do governador de Pernambuco e a satisfação da vaidade de um político que em seu estado disseminou a crença de que era imbatível e acima do bem e do mal, pelo domínio que conseguiu impor em praticamente todos as instituições do Estado, desde a polícia até o Poder Judiciário, passando ainda pelo Ministério Público e o Tribunal de Contas, onde tem parentes e aliados políticos em cargos estratégicos e de comando. Por causa desse domínio que beira o aparelhamento, Eduardo Campos conseguiu impor uma hegemonia que esmaga qualquer um que se atreva a se opor a seus projetos megalomaníacos de poder. Cego pelo assédio dos puxa-saco que pululam ao seu redor, seja por interesses politiqueiros ou econômicos, seja por medo mesmo de sua fúria vingativa  e persecutória, Eduardo Campos mergulha de cabeça nesse projeto suicida que é a candidatura à presidência, sem pensar que sua vaidade põe em risco os demais integrantes da legenda. Mas Eduardo é assim, aliás, sempre foi. Além de egocêntrico, o governador de Pernambuco, segundo o senador Humberto Costa, que também é psiquiatra, é um indivíduo obsessivo e, portanto, perigoso. A obsessão de Eduardo Campos pelo poder é tamanha que não se apercebe que será esta a levá-lo à autodestruição, pois não mede esforços para atingir seus objetivos, nem que para isso tenha que trair e morder a mão que sempre o acolheu. Quem era Eduardo Campos antes de receber todas as benesses do governo Lula e em seguida do governo Dilma? Era tão somente aquele neto de Arraes que fora acusado de ser o mentor do escandaloso caso dos Precatórios, quando secretário da Fazenda do avó. Aliás, ainda hoje o caso dos precatórios é uma sombra na vida política do governador, pois ainda pende sobre sua cabeça uma condenação administrativa, pelo Conselho de Recursos do Sistema Financeiro por gestão temerária de instituição financeira. A condenação está suspensa por uma liminar da Justiça Federal do Distrito Federal, onde Campos alega prescrição. Aliás, foi pela prescrição que Eduardo Campos livrou-se de processo no STF, pelas mesmas acusações, feitas pelo Ministério Público Federal de que, no governo do avó teria autorizado a emissão de R$ 480 milhões em Letras Financeiras do Estado de Pernambuco de modo fraudulento.
Foi somente a partir de todos os recursos aportados por Lula e Dilma em Pernambuco que Eduardo Campos conseguiu substituir a imagem de mentor dos Precatórios de Pernambuco pela de gestor eficiente e governador com altos índices de aprovação. Assim, embora Lula diga publicamente que Eduardo não lhe deve nada, qualquer um sabe que a verdade é que a traição do neto de Arraes a quem lhe permitiu chegar onde chegou não passará em branco e ninguém duvide que a Ciro Gomes foi dada a missão de, a partir da saída do PSB, ser a grande pedra no sapado do ex-aliado. Quem viver verá!
CURTO CIRCUITO

• MICHARIA 
A diária da suite presidencial do Hotel Saint. Regis, em NY, onde Dilma ficou, custa R$ 25 mil. Sem desvios dá pra construir uma casa do Minha Vida por dia.
• Incenso 
Tem muito dindim debaixo dos panos incensando Heitor Férrer a ser candidato a Governador. É o mesmo povo que negou a ele pão e água na candidatura a Prefeito.
UMAS & OUTRAS

• POR UM TRIZ  
O jornalista Macário Batista, aqui da Casa, há quase 20 anos, macaco velho em coberturas internacionais, escapou de uma fedendo.
• Coletiva com carão 
Numa coletiva de imprensa, a única que Dilma deu em NY, Macário preparava-se pra perguntar sobre o desembarque do PSB do Governo, quando uma coleguinha tomou-lhe a frente e tascou: Presidenta, e o PSB...Antes do fim da frase, Dilma com seu conhecido sorriso 45, aquele de sargento de tiro de guerra, apertou o gatilho: Minha filha, isso é assunto pra tratar em Casa. No Brasil.
• Lembrando 
 Dizem que Dilma, quando chama alguém de meu filho ou minha filha, numa pergunta fora da hora, dela, é a mesma coisa do Sargento de Tiro de Guerra...meu filho que dizer mesmo é...meu fdp. Dizem. Escapou fedendo.

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