Eram mais ou menos 02:00
horas da manhã. Estávamos, eu e alguns amigos, retornado de uma noitada
maravilhosa, onde curtimos um breguinha pra ninguém botar defeito. De repente,
o susto: Bem à nossa frente, no cruzamento da Avenida Luciano Carneiro com 13
de maio, a cena apavorantemente dantesca: No primeiro momento, pensamos
tratar-se de um acidente, um carro parado, uma moto caída, uma moça rolando no
chão e um rapaz desesperado. No mesmo instante visualizamos pessoas de arma em
punho a ameaçar o casal já quedado na frieza daquele negro chão, a tremer de
pavor. Era um assalto. Tudo isso em fração de segundos. Não me perguntem
quantos assaltantes eram, não saberia dizer. Não me perguntem como eram, não
saberia dizer, com que roupa estavam, não saberia dizer. Só sei que os
assaltantes levaram a moto do rapaz, um mototaxista. Perdeu seu material de
trabalho, seu transporte, menos mal, pior seria ter perdido a vida ou ficado
incapacitado para o trabalho. Ficaram os dois, o rapaz e a moça, com os
capacetes esquecidos pelos bandidos nos braços e o pavor e a incredulidade nos
rostos. Os bandidos escafederam-se. A polícia, chamada por nós pelo 190, até
sairmos, necas de pitibiriba, nem sinal. O Ronda, quem sabe onde andava! O que
sei dizer é que foi um dos piores momentos de minha vida. Não tenho palavras pra
descrever cena tão dantesca. Ainda estou em estado de choque.
Infelizmente a violência
campeia, faz a ronda, escolhe suas vítimas. E eu pergunto: Que espécie de
cidade é esta, tão injusta, onde a violência cresce e os cidadãos ficam a mercê
dos bandidos sem que nenhuma voz se levante para defendê-los, sem que nenhuma
medida seja tomada para protegê-los? Que cidade é essa? A minha Loura Desposada
do Sol, minha Fortaleza maravilhosamente bela está dominada pela violência,
pelos assaltantes. Meu Deus, precisa que alguém se levante antes que nossa
Terra de Iracema seja tomada pela desesperança, pelo medo quando a noite desce,
quando as luzes da cidade se acendem, e também quando elas se apagam.
A
violência está aí, todo o tempo, todo dia, toda noite, toda hora, todo minuto,
todo segundo. Sei não, parece até que o ser humano perdeu o senso, perdeu a
razão. Os seres humanos tremem diante da violência e quedam-se à impotência. A
covardia não combina com a não-violência. Um homem armado até a medula no fundo
é um covarde. Sem as armas ele é impotente, não é ninguém. Mas, no Brasil,
desarmam-se os cidadãos e armam-se os bandidos. Assim tá difícil viver!
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