Da Coluna Política de Érico Firmo, no O POVO desta quinta-feira:
Campanha eleitoral não se vence de véspera, muito menos na primeira pesquisa. Ainda mais quando se enfrenta grupo tão experiente, escolado nestas disputas, que está na máquina administrativa e tem tão poderosos aliados. Mas que a junção dos resultados é excelente para Eunício Oliveira (PMDB), isso é inegável. Líder com folga, ele tem também a menor rejeição, enquanto Camilo Santana (PT) tem a taxa mais elevada dos que dizem que não votariam nele em hipótese alguma. A vantagem de 28 pontos é maior do que um lado e outro projetavam para o início da campanha em televisão e rádio. O cenário é ótimo para o peemedebista para o início dessa fase decisiva, mas passa longe de ter qualquer ar de definitivo.
Dificilmente haja algum grupo que tenha estado na linha de frente de governos no Ceará por tanto tempo quanto os Ferreira Gomes. Era força secundária ou terciária na época dos coronéis, ascendeu com Tasso Jereissati e assumiu o controle há oito anos. Agora, enfrenta aquela que se prenuncia como sua mais árdua batalha. Passa longe de estar derrotado. Um alinhamento que reúne governo federal, estadual e a Prefeitura de Fortaleza jamais estará vencido faltando mais de um mês e meio para a eleição.
Porém, a campanha de Camilo Santana terá de arriscar, ousar. Não dará para ir administrando, empurrando com a barriga. Será necessário surpreender e ir para a rua com afinco. No piloto automático, o candidato do governo perde.
Com pressões, contrapressões e dúvidas sobre o envolvimento de Lula e Dilma Rousseff na campanha do Ceará, o governador Cid Gomes é o fator determinante para o futuro da candidatura de Camilo. Ele permanece extremamente popular, mas o percentual de ótimo e bom – 46% – fica só um ponto acima do menor da série histórica do Datafolha. Já o ruim e péssimo é o mais alto desde 2007. A boa notícia para os governistas é que o cenário é muito parecido com o de julho de 2010, quando o próprio Cid começava a campanha da qual sairia reeleito com folga.
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