quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Moeda americana bate novo recorde

Dólar fecha em R$ 4,146, alta de 2,281% e maior valor desde 2002
O dólar comercial (usado em transações comerciais) bateu novo recorde histórico, ontem, ao encerrar o dia vendido por R$ 4,146 e com forte alta de 2,281%, mesmo com a forte atuação do Banco Central (BC), para tentar controlar sua valorização frente ao real. A divisa norte-americana iniciou a sessão com leve queda, cotada a R$ 4,019, mas pouco depois das 10 horas, esta tendência acabou sendo invertida e atingiu R$ 4,151 na máxima do dia. Entretanto, a partir do meio-dia começou a oscilar e fechou no maior valor deste outubro de 2002, quando atingiu R$ 3,99.
Com o fechamento de ontem, o dólar já registra uma alta acumulada de 14,3% este mês e de expressivos 55,9% no ano, uma vez que no início de 2015 sua cotação estava em R$ 2,691. De acordo com especialistas em mercado financeiro, esta tendência de alta deverá se manter pelos próximos dias e já se especula que antes do fim do ano ele chegue, ou até ultrapasse, a barreira dos R$ 4,50, a menos que haja uma reversão total da crise política e econômica que vem atingindo o País e novos recursos estrangeiros entrem no Brasil, através de investimentos.
Intervenção
Mesmo tendo realizado a venda de US$ 2 bilhões de suas reservas internacionais, com compromisso de recompra no futuro, a intervenção do BC não foi suficiente para conter a tendência de alta da moeda norte-americana, que vem sendo registrada há alguns dias. A autoridade monetária nacional decidiu intervir no câmbio logo no começo da tarde de ontem, ao perceber que a divisa norte-americana estava subindo. Para tanto, anunciou a realização de três leilões no mercado: sendo um de rolagem (renovação) de contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro), um de novos contratos de swap, que não era realizado há cinco meses, além da venda dos US$ 2 bilhões de suas reservas internacionais.
Não bastassem os problemas de ordem política e econômica que vêm tumultuando a economia nacional, algumas situações que ocorreram em outras partes do mundo também contribuíram para a valorização do dólar. A China divulgou que a produção industrial do país atingiu, em setembro, o nível mais baixo nos últimos seis anos. Como ela compra muitas commodities do Brasil, isto deverá provocar impactos negativos, aqui, no curto e médio prazos. Não bastasse isso, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, afirmou que a desaceleração dos países emergentes pode comprometer a recuperação da Europa e ter forte repercussão na economia mundial.

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