Reforma ministerial deve sair na quinta-feira, diz ministro Berzoini
O ministro Ricardo
Berzoini (Comunicações) disse nesta terça-feira (29) que o Planalto deverá
concluir a reforma ministerial nesta quinta (1º).
Na avaliação do
ministro, o governo considera remota a hipótese de acomodação de aliados até
esta quarta, o que inviabilizaria o anúncio das mudanças neste momento.
Com dificuldades para
definir o novo desenho da Esplanada dos Ministérios, a presidente Dilma
Rousseff voltará a se reunir a partir
desta terça com PMDB e PT em busca de um formato de reforma
administrativa que lhe garanta apoio no Congresso.
Para tentar
contemplar as diferentes alas do PMDB, que iniciaram uma queda de braço pelo
controle de pastas, Dilma voltará a discutir as mudanças nos ministérios com o
vice-presidente, Michel Temer, e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
-que disse a assessores e aliados que viajará a Brasília na quarta (30) para
ajudá-la a chegar a uma solução.
Com a ameaça da
bancada de deputados do PMDB de abrirem mão da participação na administração
petista, Berzoini e o assessor Giles Azevedo entraram em contato com
parlamentares do partido para assegurar que a presidente não recuará no
compromisso de entregar duas pastas à bancada peemedebista da Câmara.
SENADO
Já a bancada petista
no Senado, insatisfeita com as negociações que
o governo tem travado com partidos da base aliada, convocou o ministro para uma
reunião na noite desta segunda (28) para que ele esclarecesse como o Planalto
irá abrigar o partido ao final das negociações. O ministro, por sua vez, pediu
"compreensão".
"Queríamos saber
exatamente a quantas andam tanto a reforma ministerial, quanto a reforma
administrativa e esse novo pacote de medidas cujo objetivo é obter o equilíbrio
fiscal. E também dizer um pouco da nossa avaliação sobre qual deve ser o
provável tratamento que será dado a esses temas", afirmou o líder do PT na
Casa, senador Humberto Costa (PE).
De acordo com ele, os
petistas demonstraram preocupação com o fato de que o partido perderá pastas
importantes, como os ministérios da Saúde,
comandado por Arthur Chioro, e das Comunicações, que tem à frente o próprio
Berzoini. Outra reclamação é com a possível fusão de ministérios
temáticos - Igualdade Racial, Direitos Humanos, e Políticas
para as Mulheres - em uma única pasta, o ministério da Cidadania.
A pasta da Saúde foi
oferecida pelo Planalto para o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ),
que indicou o nome do Manoel Júnior (PB) para ocupar a vaga. Já Comunicações
está sendo negociado com o PDT. No xadrez ministerial, Berzoini deve assumir a
Secretaria-Geral da Presidência, com a atribuição de comandar a articulação
política do governo, papel que tem desempenhado nas negociações ministeriais.
Diante das
reclamações, Berzoini afirmou, na reunião, que é preciso ter "compreensão
em momentos como esse". "Na política todo mundo quer não só manter
seus espaços, mas ampliá-los -mas, evidentemente, quando se tem o processo de
reestruturação, todos precisamos ter compreensão que o melhor desenho é aquele
que contemple uma base parlamentar sólida e coesa e ao mesmo tempo um bom
desempenho na gestão dos ministérios", disse.
Berzoini se reuniu
nesta manhã com o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, e lideres aliados.
Na pauta, a votação dos vetos presidenciais e da DRU (desvinculação dos
recursos da União). "Teremos duas semanas intensas", afirmou.
Fonte: Poder
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