Cinco colunistas e o Brasil de Bolsonaro
Trigueiro e a psicose ambiental: Trigueiro explica o que é uma psicose (uma perturbação que impede a pessoa de perceber o que é real) para elencar a destruição ambiental que o presidente e seus ministro estão provocando e mostrar que “contrapor os cuidados ambientais ao desenvolvimento é um debate ultrapassado desde o século passado.” Trigueiro cita Bolsonaro dizendo que ‘só veganos se preocupam com o meio ambiente’ para concluir: “Como se sabe, a realidade não é essa. Não perceber a realidade é sintoma de um grave problema de saúde.”
Jamil Chade fez uma retrospectiva dos atos e frases de Bolsonaro, do ministro do meio ambiente e do chanceler Araújo. Conta como a Amazônia, sua floresta e seus povos virou uma grande preocupação mundial: “Hoje, em diferentes fóruns internacionais, a Amazônia está no centro dos debates e a questão ambiental já é o maior obstáculo internacional para Bolsonaro (…) O Brasil pode tentar enganar a humanidade sobre sua capacidade de controlar o que ocorre na floresta. Mas não terá como asfixiar o debate internacional.”
E termina assim: “Hoje, o maior ato de soberania que o Brasil poderia fazer seria o de proteger a floresta, transformando-a em seu maior ativo. Seu maior instrumento de barganha. De pé, as árvores dessa imensa região do mundo garantirão respeito – e lucros – a uma nação em busca de um reencontro com seu destino. No chão, aprofundarão a cova onde estará enterrada a reputação do único país com nome de árvore.”
Herton Escobar relata na Science a briga do presidente com os números do INPE e a escalada que aconteceu sobre o Instituto e seu diretor. Escobar buscou a opinião de cientistas internacionais que corroboraram o alto conceito que o INPE tem entre seus pares. Bill Laurance, da universidade australiana James Cook, diz que “seus dados têm sido usados há muito tempo como um barômetro confiável do que acontece na Amazônia brasileira (…) Declarar que os dados do INPE são mentirosos é igual a argumentar que a Terra é plana.” Douglas Morton, da NASA, disse que “sempre fico impressionado com a habilidade técnica dos cientistas do INPE e os cumprimento pelo esforços desbravadores de prover as estimativas anuais do desmatamento.”
Naiara Galarraga Gortázar diz que o Brasil de Bolsonaro se tornou o novo vilão ambiental do planeta. Ela também discorre sobre esses primeiros meses de governo que levaram o país à condição inédita de tomar “o lugar da China como vilão ambiental (…), mas o gigante asiático conseguiu se livrar da imagem de grande poluidor ao abraçar com entusiasmo o Acordo de Paris.”
Marcelo Leite deixou transbordar ontem todo o seu mau humor: “De Ricardo Salles, Damares Alves, Abraham Weintraub e Osmar Terra é melhor nem falar. Com Pontes e Guedes, formam o primeiro escalão zureta da República da Ignorância que Bolsonaro instaurou e lidera em Brasília, secundado por Huguinho, Zezinho e Luizinho.”
Falando sobre o ataque que o ministro Pontes fez ao INPE, Leite diz que este ataque, “para um ex-astronauta, cujo feito não foi mais que uma viagem de turismo espacial, mais ainda, um beneficiário do complexo espacial erguido sob as asas da Aeronáutica em São José dos Campos (CTA, ITA, INPE, Embraer), é um acinte. Vale tudo para se manter no cargo.” Sobre Guedes, Leite não perdoou a intenção de vender oxigênio produzido pela Floresta Amazônica para os EUA e tornar Manaus capital mundial destas transações. “Não, ministro, não é nada disso. O senhor caiu no conto do “pulmão verde do mundo”, um equívoco pedestre. O erro indica que a pessoa faltou nas aulas ginasianas de botânica.”
Fonte: ClimaInfo
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