domingo, 25 de novembro de 2012

Efeito mensalão

 
IGOR DE MELO
Eudes Xavier: "Uma vingança"
 

O ambiente político se divide entre o ceticismo e o otimismo quando o assunto é o impacto do julgamento do mensalão nas rotinas e práticas partidárias. “Quem vive o dia a dia em Brasília vê uma relação muito intriseca entre as grandes corporações econômicas e o poder politico. Há um esquema forte no lobby de empreiteiras, de forma descarada, desrespeitosa. Eu vejo o processo do mensalão muito mais como uma vingança contra o PT ”, avaliou o deputado federal Eudes Xavier (PT-CE) ao ser questionado sobre o que muda com o fim da Ação Penal 470.
Efeito pedagógico
O petista é dos que não creem no efeito “pedagógico” das condenações do mensalão – o que tem lá sua razão de ser. A começar pelo ainda lento ritmo com que as ações tramitam no Judiciário e pela demora nos resultados. Conforme lembrou o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Alexandre Camanho, “se você for olhar grandes casos envolvendo pessoas públicas ou colarinho branco, é desafiador encontrar um em que o réu tenha sido julgado e condenado. No meio do caminho sempre havia um habeas corpus interrompendo”.
Em outra frente, alguns políticos atestam que o julgamento do mensalão, somado a novidades como a Lei da Ficha Limpa já fazem efeito entre quem lida diretamente com o poder. “Qualquer ordenador de despesa, hoje, vive com medo, corre um risco muito grande. A quantidade de prefeito que teve candidatura impugnada por causa de nota de improbidade dada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) é outro fato”, afirmou o deputado federal Danilo Forte (PMDB).
Substituições
Nas eleições deste ano, em todo o Brasil, não foram raras as substituições de candidatura às vésperas do pleito, por políticos que se viram ameaçados pela Lei da Ficha Limpa. “O Brasil tá mudando. Aos poucos, há uma mudança de comportamento. Esse julgamento Vai ajudar muito na preocupação pela boa prática administrativa. E pode ter certeza de que vai forçar algum tipo de renovação de lideranças políticas”, prenunciou o peemedebista, com teses que só o tempo poderão comprovar ou derrubar.
(Com O Povo Online)
 

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