Preocupados com o prazo exíguo para definir uma nova regra de
partilha do Fundo de Participação dos Estados (FPE), senadores articulam a
votação da matéria nesta semana. As negociações contam com respaldo do
presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Eunício Oliveira
(PMDB-CE), disse que a ideia é o senador Walter Pinheiro (PT-BA) apresentar seu
parecer na reunião da comissão de quarta-feira (28). Pinheiro é relator da
matéria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Cauteloso, o senador do PT disse à Agência Brasil que a
votação ou não da matéria dependerá do andamento das conversas com os
parlamentares. Se elas prosperarem, haverá clima para apreciar o projeto de lei.
"Nós estamos procurando conversar com todo mundo. Quanto o assunto estiver
maduro vamos votar. Esta semana quero terminar estas conversas para ver em que
data dá para votar a matéria", disse Pinheiro.
Como na CCJ não há um relator, Eunício usaria a prerrogativa de assumir a
função. Com um pedido de urgência apresentado na comissão ele poderia relatar a
matéria direto no plenário do Senado. “Há uma articulação na Casa, inclusive do
presidente José Sarney, para que se vote a matéria”, disse o senador.
O parlamentar disse que se comprometeu com Sarney de “avocar a matéria” e
relatá-la em plenário. Caso não haja pedido de urgência, o projeto terá que
tramitar também nas comissões de Desenvolvimento Regional (CDR) e na CAE.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que tem participado das articulações,
confirmou as conversas em andamento com o relator e com Sarney. “A pior solução
seria não votar. Não votar liquida com os estados que deixarão de receber as
cotas do FPE em janeiro de 2013. No dia 10, a primeira cota terá que ser
repassada e não vai ter regra. Como é que se faz?”, disse Jucá à Agência
Brasil.
Em fevereiro de 2010, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou
inconstitucional a regra atual de distribuição do fundo. Ao mesmo tempo, deu
prazo de dois anos ao Congresso para que definisse nova regra.
O presidente e líder do PP, Francisco Dornelles (RJ), ressaltou a necessidade
de se encontrar uma solução urgente que permita votar o projeto de lei. A nova
regra, para Dornelles, parte do princípio que “o estado não pode receber menos
recursos do que já ganha e evitar perdas no futuro”.
(Agência Brasil)
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