sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Ser oposição não significa ser inimigo

Oposição comemora abertura de diálogo
A atitude do governador Camilo Santana (PT) em convidar deputados da oposição e situação para conversas individuais, no Palácio da Abolição, vem agradando os opositores ao governo.  O deputado Heitor Férrer (PDT), um dos maiores opositores ao governo de Cid Gomes (Pros), foi um dos que elogiaram o “gesto” do governador petista, que é considerado cidista. No entanto, ele classifica a atitude de Camilo, apenas como uma política de “boa vizinhança”.
“É uma cordialidade do governador em atenção aos que compõem o parlamento, parlamento esse que é responsável pela governança, porque o governador nada pode sem a autorização do poder legislativo. Então, o governador, em uma política de boa vizinhança, convida os parlamentares para, obviamente, dentro de um principio democrático, se relacionar bem com poder e dizer o que é natural, que, como governador do Estado, quer ajuda e que a porta do palácio está aberta”, pontuou Heitor, que foi recebido por Camilo na tarde da última quarta-feira (7).
O deputado Capitão Wagner (PR), que também compõe a oposição, exaltou a atitude de Camilo. Para Wagner, a atitude do governador de chamar todos os deputados eleitos, independente de serem da situação ou da oposição para uma conversa, demonstra uma abertura para o diálogo, algo que Camilo prometeu para sua gestão. “A gente ver com muita coerência essa atitude, afinal, durante a campanha, ele falou em manter esse diálogo. Por eu ser deputado de oposição, fico com o ‘pé atrás’, para saber como irá ser o relacionamento do governador com a oposição, mas essa atitude dele já vejo com bons olhos”, pontuou. Wagner foi recebido, ontem, por Camilo.
Sobre a conversa, Heitor afirma que agradeceu pela cordialidade e expôs o mesmo que havia dito ao ex-governador do Estado, “que exerço o meu mandato buscando a isenção, nem com ódio e nem com paixão, de maneira muito isenta, sem ser apaixonado pelo executivo”. Heitor diz que colocou sua boa vontade à disposição de Camilo, segundo ele, em nome do Ceará e dos cearenses.
Heitor ainda pondera que, em um retrospecto, observou que, apesar de ter feito uma “dura” oposição ao governo de Cid, afirma que votou muitas vezes a favor do ex-governador, muitos mais do que contra, chegando, segundo ele, a quase 90% de vezes. No entanto, ele lembra que, ao levantar matérias, foram matérias relevantes. “Acredito que, quando não concordei com alguma matéria, fiz um bom combate junto ao governador Cid Gomes, não só a ele, mas a seus colaboradores também”, enfatiza.  
Além de Heitor, o governador recebeu, no primeiro dia de encontro com os deputados eleitos, Zezinho Albuquerque (Pros), Sérgio Aguiar (Pros), José Sarto (Pros), Elmano de Freitas (PT), Carlos Matos (PSDB), Augusta Brito (PC do B), Evandro Leitão (PDT), Zé Aílton Brasil (PP), Roberto Mesquita (PV), Laís Nunes (Pros) e Welington Landim (Pros).
Ontem, ocorreu o tão esperado encontro entre Camilo e o Capitão Wagner. Além dele o governador também recebeu os deputados Moises Braz (PT), Carlos Felipe (PCdoB), Dra. Silvana (PMDB), Tin Gomes (PHS), Bruno Pedrosa (PSC), Gony Arruda (PSD), Walter Cavalcante (PMDB), Aderlania Noronha (SD), Duquinha (Pros), Antônio Granja (Pros), Júlio César Filho (PTN). Hoje, o governador dará continuidade aos encontros com os deputados. A assessoria do governo não confirmou quais parlamentares iriam hoje ao Palácio da Abolição.
CORTES NO GOVERNO
Sobre os cortes de custeios, anunciados ontem por Camilo, que podem ser de 20% em pastas como de Saúde, Educação e Segurança Pública, e de 25% nas demais, Heitor Férrer é cauteloso ao falar sobre o assunto. Para ele, o corte deve ser feito, mas otimizando a máquina pública e dando qualidade ao serviço sem sacrificar o bom trabalho que o governo deve prestar a população.
“Quando ele disse, por exemplo, que quer um corte de 25% das secretarias, pode, desde que não interfira no bom serviço a ser ofertado pela maquina pública ao cidadão. Se ele conseguir um corte otimizando os serviços públicos, nós só temos que parabenizar. Agora, fazer corte sacrificando o serviço que é dado ao público, não”, enfatiza.
Heitor diz que falar em corte gera uma apreensão, principalmente nos serviços básicos com a saúde, educação e segurança. “Quando ele fala de corte, a gente fica apreensivo poque não se oferta com o serviço de saúde, não se oferta com o serviço de segurança pública, não se oferta com o serviço de educação. Então quando você corta, você tem que ter uma engenharia de otimização dentro desse corte. Nós torcemos que o corte economize sem causar transtorno na oferta do serviço ao público”, afirma.
SECRETARIADO
Para Heitor, a escolha do secretariado de Camilo, foi razoável, no entanto, ele afirma que é uma equipe muito mais política do que técnica. “Olha, tirando as áreas básicas educação, saúde, e segurança, a grande maioria foi de peso político e não técnico, mas, nada que os políticos bem assessorados por técnicos, não possam desempenhar um bom serviço”, avalia.

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