Eduardo Cunha mandou recado a Rosa Weber
Eduardo Cunha exerceu ontem, mais do que nunca, o seu lado “Dom Eduardo I, o imperador”.
Ousado como poucos, Cunha mandou um recado para a ministra do STF Rosa Weber, relatora do mandado de segurança impetrado por 63 deputados, em que se pede a anulação da votação da Câmara que aprovou o financiamento empresarial de campanhas.
Por meio de um ministro do STF (Cunha é atrevido, repita-se), ele disse que se Rosa deferir a liminar, “vai ter troco”.
Cunha argumentou, com ênfase e gesticulando muito, que uma decisão neste sentido seria uma interferência indevida em assuntos do Legislativo. Não precisou dizer que o tal “troco” que promete dar seriam projetos de interesse do Judiciário que ele poderia engavetar.
Hoje, um dia depois da ameaça, Cunha irá conversar com Rosa Weber. Imagina-se que não falará neste tom – até porque mandou a mensagem malcriada na véspera tendo como portador um colega da ministra. O ministro com quem Cunha conversou, aliás, está indignado com o tom empregado por ele.
Como de hábito, Cunha tentará negar via Twitter a ameaça feita ontem. É uma característica marcante de Cunha, aliás, negar, negar, negar sempre. Em breve, é capaz até de negar o próprio nome de batismo.
A propósito, reconheça-se a mais uma a vez audácia do presidente da Câmara: ele é capaz de confrontar até magistrados que poderão julgá-lo, caso as investigações da Lava-Jato avancem sobre ele.
(Lauro Jardim - Veja)
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