terça-feira, 8 de setembro de 2015

Falta de entendimento

Comércio fechado gera mais prejuízos

Mesmo com o cenário de crise econômica, que vem assolando os brasileiros, a falta de acordo entre o Sindicato do Comércio Varejista e Lojista (Sindilojas) e o Sindicato dos Comerciários (Sindcomerciários), de Fortaleza, impossibilitou o funcionamento do comércio no feriado da Independência. O presidente da entidade, empresário Cid Alves, destacou que não houve entendimento entre as duas categorias para a abertura do comércio. “Não foi lavrado nenhum acordo do Sindilojas com o sindicato dos trabalhadores para possibilitar a abertura. Portanto, as lojas que estiverem abrindo hoje (ontem) estão funcionando de forma irregular”, informou o dirigente.

Acordo inviabilizado

Apesar do momento de poucas vendas, o desinteresse do Sindcomerciários e a condição imposta em reunião, na semana passada, segundo o empresário, inviabilizou o acordo, que previa a abertura das lojas, também, para o feriado de 15 de novembro (Proclamação da República). “A primeira coisa que ele (Sindcomerciários) colocou foi que não tinha interesse e que os valores a pagar, por trabalhador, seriam o dobro do que tem sido pago nos feriados acordados para abrir esse ano. Como a abertura de nosso diálogo foi assim, multiplicando o valor por dois, e, ainda, demonstrando desinteresse, a gente não abriu. Tínhamos interesse (na abertura das lojas) porque o ano não está bom, e ainda teremos o dia 15 de novembro, mesmo que não tenhamos acordo para abrirmos”, explicou Cid Alves.
 
Muitas perdas 

O dirigente acredita que a maior parte dos brasileiros tem ciência da crise e, também, deve ter se adaptado e encontrado pontes de solução, com alternativas que viabilizem uma estabilidade. “Mas, como alguns comerciantes, assim como trabalhadores, não encontraram soluções, é uma perda para ambas as categorias. Para a gente e para os trabalhadores, que iriam, principalmente os comissionados, ganhar muito mais. Para os que ganham salários fixos, teriam ganhos muito vantajosos”, lamentou Cid Alves.

Apesar de não citar números, o dirigente acredita que, com o fechamento, as perdas agravam ainda mais o desempenho do comércio na Capital. Ao responder sobre perspectivas para os últimos quatro meses do ano, ele não espera bons resultados além de estabilidade. “A gente deve não crescer, mas, como digo, a crise iniciou depois que a presidente (Dilma Rousseff) ganhou a eleição, e, agora, já está consolidada. Acho que a gente vai entrar em um momento de estabilidade, e a crise, então, deve se acentuar nesse último quadrimestre. O que vamos fazer é decrescer menos”, prevê o empresário.

Novas oportunidades

Sobre mão de obra temporária para o fim de ano, Alves acredita que haverá novas oportunidades, mas de uma forma mais contida este ano. “Acredito que possa haver contratação temporária sim, mas não na mesma intensidade que os anos anteriores. A probabilidade do temporário permanecer no emprego, como ocorre todo ano, ou ocorria, este ano, talvez, a gente não consiga atingir. Ou seja: o temporário será temporário mesmo. Eventualmente, em uma exceção, esse funcionário pode permanecer, mas aí será um caso raro”, finalizou o presidente do Sindilojas.

Empresário diz que crise precisa ser combatida

O empresário João Rabelo (foto), proprietário da rede de lojas de móveis e eletrodomésticos que leva seu nome, afirmou que a crise econômica brasileira, lamentavelmente, surgiu de algo sem justificativa, que é a crise política. “Nela, os políticos de oposição brigam pelo poder de qualquer maneira, esquecendo que isso afeta muito a população, pela subida de preços e de impostos”, disse. Reconhece que existe a crise econômica, mas aponta um erro, que é o exagero da mídia nas informações dos pontos negativos que envolvem a questão. Isso, segundo ele, lembrando a declaração do industrial Roberto Macêdo, “causa medo e pessimismo nos brasileiros, que se retraem cada vez mais nas compras, pensando que a crise não tem solução e vai aumentar cada vez mais”.

Sem derrotismo

Ressalta que crises sempre existiram e sempre irão existir, mas que o derrotismo não deve imperar, mas sim uma ação forte, no sentido de reverter a situação. “Eu sei que há uma crise, mas o que temos que fazer é lutar com otimismo, cada pessoa fazendo a sua parte, que é controlar os gastos com coisas que não são necessárias”, aconselhou. E informa que esse controle já está sendo feito nas suas lojas, ou seja, enxugamento dos gastos em todas as áreas possíveis, para preservar as funções necessárias para o negócio seguir em frente.

Cuidados necessários

O dono da rede de Lojas Rabelo lembrou que o Brasil, quase sempre, viveu em crise e quando existe uma, que é o caso de agora, “é preciso a gente ter os cuidados necessários para não perder o rumo das medidas que têm que ser aplicadas”, aconselhou. Por outro lado, observa que o Governo Federal ainda não está fazendo a sua parte, que é cortar os gastos onde é possível, como redução pela metade dos ministérios e cargos de confiança. O empresário está mantendo contatos com fornecedores, lutando por preços menores, para poder oferecer à sua clientela. “Temos 112 lojas instaladas em todo o Nordeste, todas com funcionamento normal. E, em breve, deveremos inaugurar outras três unidades no interior cearense”, completou João Rabelo. (Com informações de Tarcísio Colares)

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