quarta-feira, 25 de setembro de 2019

JORNAIS DO OUTRO LADO DO MUNDO SOBRE DISCURSO DO PRESIDENTE BRASILEIRO



Imprensa internacional repercute discurso de Bolsonaro na ONU

PARA JORNAL FRANCÊS 'LE MONDE', LÍDER BRASILEIRO DEMONSTROU GRANDE ‘INTOLERÂNCIA’ E FEZ ‘DIGRESSÕES E RETÓRICAS CONFUSAS’ EM SEU PRONUNCIAMENTO


discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia-Geral das Nações Unidas nesta terça-feira, 24, foi destaque em sites e jornais internacionais. Para o jornal francês Le Monde, o líder brasileiro demonstrou grande “intolerância” e contradisse “declarações consensuais” de seus antecessores com suas declarações sobre a Amazônia.
“Jair Bolsonaro dispara carga de intolerância na Assembleia-Geral da ONU”, diz a reportagem do Le Monde, que ressalta ainda as “digressões e retóricas confusas” do discurso do presidente.
 (Le Monde/Reprodução)
Já o francês Le Figaro destacou as acusações de Bolsonaro contra nações estrangeiras que adotaram uma postura “colonialista” em relação ao Brasil.
O presidente não chegou a mencionar a França diretamente, mas referiu-se à nação presidida por Emmanuel Macron como “um país” que seguiu a “mídia sensacionalista” e ousou “sugerir a aplicação de sanções contra o Brasil” no episódio dos incêndios na Amazônia.
O presidente brasileiro pediu respeito à soberania nacional e atribuiu a polêmica internacional em torno do desmatamento da Amazônia à “mídia sensacionalista”.
Le Figaro ressalta, contudo, que o desmatamento da floresta “quase dobrou desde a chegada ao poder de Jair Bolsonaro em janeiro, a um ritmo de 110 campos de futebol por hora”.
 (Le Figaro/Reprodução)
Já o jornal americano The Washington Post destacou as declarações em que o presidente negou que a Amazônia esteja “sendo consumida pelo fogo”.
“O governo Bolsonaro classifica os incêndios como sazonais, mas críticos dizem que a negligência da supervisão ambiental de seu governo é a culpada”, diz a reportagem, que identifica o brasileiro como um “líder da extrema direita” que “prometeu reduzir a burocracia ambiental quando foi eleito”.
 (The Wall Street Journal/Reprodução)
Em uma matéria intitulada “Bolsonaro defende o direito de desenvolver a Amazônia”, o The Wall Street Journal classificou o pronunciamento desta terça como um “discurso desafiador”.
Segundo o jornal econômico, o presidente brasileiro acusou “líderes internacionais e a imprensa de espalhar mentiras e tratar povos indígenas como se fossem homens das cavernas”.
Já o site da emissora britânica BBC destacou a defesa da soberania brasileira apresentada por Bolsonaro.
“Suas [de Bolsonaro] políticas de desenvolvimento na floresta tropical foram criticadas em meio aos incêndios florestais. Mas em um discurso nas Nações Unidas em Nova York, ele apresentou observações desafiadoras”, diz a reportagem.
 (BBC/Reprodução)
jornal argentino Clarín afirmou que o presidente brasileiro “levou à tribuna da Assembleia-Geral da ONU suas batalhas contra o comunismo, a ideologia de gênero, o ‘ambientalismo radical’ e o ‘indigenismo superado’”.
 (Clarín/Reprodução)
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‘Dia dos Ditadores’

Em um artigo publicado na manhã desta terça, antes da abertura da Assembleia-Geral, o portal de notícias Politico destacava o “Dia dos Ditadores” que a ONU teria pela frente, com discursos de “líderes autocráticos” antes e depois do pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Bolsonaro foi o primeiro líder a falar no evento. Ele foi seguido por Trump e, logo depois, pelos presidentes do Egito, Abdel Fattah al Sisi, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
“A ordem inicial de discursos na principal reunião diplomática do mundo é uma coincidência e, no entanto, serve como um lembrete vívido da queda da democracia em todo o mundo”, diz a reportagem.
“Neste ano, o presidente brasileiro é justamente o recentemente eleito Jair Bolsonaro, um populista de extrema direita que fala com admiração sobre a ditadura que já governou seu país”, afirma ainda o Politico.
“Bolsonaro restabeleceu as comemorações do golpe de 1964 que deu início ao regime militar [que durou] até 1985. Ele também se referiu a esse período de governo, marcado pela tortura e pela repressão, como ‘glorioso’”.
 (Politico/Reprodução)
Logo após o discurso do líder americano será a vez de Abdel Fattah al Sisi, do Egito.  O ex-chefe das Forças Armadas que assumiu o cargo de presidente após uma onda de protestos e um golpe contra o então presidente, Mohamed Mursi, comanda o país com estilo autoritário. Manifestações são duramente reprimidas e líderes políticos opositores, jornalistas e ativistas muitas vezes são presos injustamente e até mortos pelas forças de segurança.
Já Erdogan comanda um governo que, desde uma tentativa de golpe de Estado em 2016, prendeu milhares de pessoas e demitiu outras centenas de milhares de seus cargos públicos acusadas de envolvimento na trama, muitas vezes sem qualquer tipo de prova. Muitos jornalistas também foram incriminados e jornais e veículos de comunicação foram fechados.

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