Chega um determinado momento em nossas vidas que devemos promover as mudanças que nossa alma requer e nosso coração clama, pois é preciso abandonar as roupas rotas que de tão usadas já mostram a forma de nosso corpo
Chega uma certa hora em nossas vidas que precisamos esquecer os caminhos que nos levam a lugar nenhum pois é tempo de mudança, e para isso é preciso fazermos a travessia sob pena de continuarmos fincados no mesmo lugar para sempre. Afinal de contas, com toda a irracionalidade humana, mesmo que a sociologia e a psicologia expliquem, nada mais estranho que as relações interpessoais.
Ainda bem que a esperança nos sustenta e acalanta. Dito isto, lembrei dessa poesia de Camões:
"Não Pode Tirar-me as Esperanças
Busque Amor novas artes, novo engenho
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Pois não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Vede que perigosas seguranças!
Pois não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde;
Vem não sei como; e dói não sei porquê."
Um não sei quê, que nasce não sei onde;
Vem não sei como; e dói não sei porquê."
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
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