quinta-feira, 19 de setembro de 2019

NUDOC é reinaugurado e conta agora com grande acervo de registros indígenas; lançamento do SIGERPA é destaque



O Núcleo de Documentação e Laboratório de Pesquisa Histórica (NUDOC), vinculado ao Departamento de História da Universidade Federal do Ceará, foi reinaugurado na tarde dessa terça-feira (17). A solenidade, realizada no Auditório Rachel de Queiroz, na área 2 do Centro de Humanidades, marcou ainda a ampliação do acervo, que conta agora com registro amplo de povos indígenas, bem como o lançamento do Sistema de Gerenciamento de Risco e Preservação de Acervo (SIGERPA), desenvolvido pelo Memorial da UFC.

“O NUDOC sempre foi um espaço público, amplo, mas vejo que a partir de hoje se ressignifica como um espaço que não é só da História, mas de todos os cursos”, declarou a Profª Ana Carla Sabino, coordenadora do Mestrado Profissional em Ensino de História, na abertura da solenidade.

Também compuseram a mesa de abertura os professores Danyelle Nilin, vice-diretora do Centro de Humanidades; Francisco Pinheiro, chefe do Departamento de História; Ana Rita Fonteles, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História; e Cláudia Oliveira, coordenadora do Curso de História.

Além das melhorias físicas, o núcleo conta agora com o Acervo Missão Tremembé, um dos maiores sobre povos indígenas do Ceará, doado pela indigenista, missionária, ambientalista e defensora dos direitos humanos Maria Amélia Leite, secretária-geral da Associação Missão Tremembé.  

“Eu entendi a doação desse acervo como uma espécie de presente que os ancestrais colocaram em minhas mãos”, declarou o Prof. Leandro Bulhões, coordenador do NUDOC. Para ele, essa é uma oportunidade de “fazer um registro, avançar nas possibilidades de fazer justiça à memória de povos que têm sido apagados, invisibilizados”.

Bulhões prestou ainda homenagem a pessoas que, de alguma forma, colaboraram para a reestruturação do núcleo. Entre os homenageados, que foram presenteados simbolicamente com cartas e cactos, que representam resistência e resiliência, estavam Maria Amélia Leite e Florêncio Braga, da Associação Missão Tremembé; o Prof. Custódio Almeida e o engenheiro Murilo Dodt, prefeito do Campus do Benfica, além de servidores envolvidos diretamente na execução do projeto.

Na solenidade, foi lançado o Sistema de Gerenciamento de Risco e Preservação de Acervo (SIGERPA), plataforma on-line de gerenciamento de riscos, apresentada pela Profª Gerda Holanda, diretora do Memorial da UFC. Por ter sido projeto-piloto do sistema, o acervo do NUDOC possui atualmente 80% de seus arquivos protegidos dos riscos indicados pelo SIGERPA.

Ao fim da solenidade, seguiu-se a mesa-redonda “Memórias dos povos indígenas do Ceará e novas perspectivas”, na qual o Prof. Eurípedes Funes, do Programa de Pós-Graduação em História da UFC; o advogado e ativista Weibe Tapeba; e a escritora Telma Pacheco Tremembé explanaram sobre representatividade, história e luta dos povos indígenas no Estado.

Durante a mesa, a escritora, além de lançar a obra autobiográfica Raízes do meu ser: meu passado presente, apresentou carta da Coroa Portuguesa, encontrada pelo indigenista Everthon Damasceno, a qual atesta a doação de terras no município de Acaraú ao povo tremembé, que atualmente possui 24 aldeias nas localidades de Acaraú, Itarema e Itapipoca, com população de mais de 6.000 indígenas.  

A reinauguração do NUDOC contou com coquetel e visita guiada ao novo prédio do núcleo. Recém-reformadas, as instalações estão localizadas em ambiente livre de agentes poluentes que possam danificar os arquivos e incluem agora uma hemeroteca (arquivo de jornais, revistas e outras publicações periódicas). Para marcar a posse dos registros do povo tremembé, na fachada do prédio e na nova logomarca do núcleo estão presentes pinturas produzidas, respectivamente, por Maria Rosa e Maria Navegante, artistas de etnias indígenas.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC 

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