quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Revelação de Barroso faz política pernambucana tremer



Políticos pernambucanos em pânico: Agiotas do Jatinho que delataram FBC gravaram conversas com delatados e entregaram áudios à PF, revela decisão de Barroso




Uma informação revelada pelo ministro José Roberto Barroso, do STF, na decisão em que autorizou buscas e apreensões contra o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho e contra seu filho, o deputado federal Fernando Filho e contra diversos alvos envolvidos no pagamento de propinas aos dois parlamentares pernambucanos, por empreiteiras, deixou a classe política pernambucana apavorada. De acordo com a decisão de Barroso, os delatores gravaram conversa com o operador de Fernando Bezerra Coelho, Iran Padilha, cobrando deste e acertando os juros a serem pagos para ressarcimento dos empréstimos feitos pelos dois agiotas a Fernando Bezerra Coelho e seu filho Fernandinho.

O pagamento teria sido realizado com recursos oriundos de propinas recebidas, segundo a Polícia Federal, de empreiteiras responsáveis por obras federais e contratadas pelo ministério da Integração, ao tempo em que FBC foi ministro, no governo Dilma Roussef.

A decisão de Barroso conta sobre um encontro entre os agiotas delatores e Fernando Bezerra Coelho, em seu apartamento na Av. Boa Viagem, endereço de alto luxo da elite recifense. Diz Barroso: "Os colaboradores João Carlos Lyra e Eduardo Leite passaram a cobrar a dívida, de Iran Padilha Modesto. Em 2016, eles teriam participado, então, de uma reunião na residência de FERNANDO BEZERRA DE SOUZA COELHO, localizada na Avenida Boa Viagem, para tratar do tema. na ocasião, o Senador lhes teria oferecido como forma de pagamento a entrega de apartamentos em Salvador/BA e de um terreno em Gravatá/PE. Diante da negativa dos colaboradores, o Senador lhes teria pedido tempo para quitar o empréstimo, já que, por ter seu nome citado na "Operação Lava Jato" não estava mantendo contato com as construtoras". Ainda de acordo com a decisão de Barroso, "Os colaboradores narram que essa reunião teria se realizado entre 10h e 14h em um dia de início de semana. Cruzando as ligações telefônica realizadas e a localização dos aparelhos celulares no momento de sua realização, a autoridade policial concluiu que essa reunião provavelmente tenha ocorrido no dia 15.03.2016, terça-feira, após as 11 horas."







Na decisão, Barroso narra que João Carlos Lyra se encontrou com Iran Padilha em 07/02/2017 e que "Referido encontro foi gravado por João Carlos Lyra, tendo a respectiva mídia sido periciada pelas autoridades policiais, sem que tenham sido encontrados indícios de adulteração no áudio de gravação ambiental." As degravações dessas conversas, afirma Barroso, "indicam que os interlocutores estão tentando acordar uma taxa de juros a ser cobrada e um local para se encontrarem sem deixar vestígios".



Em Pernambuco, sabe-se que os dois conhecidos agiotas eram costumeiramente acionados por políticos para empréstimos destinados ao custeio de campanhas eleitorais, empréstimos esses que eram pagos por meio de terceiros, devedores de propinas a esses políticos. Esses fatos, inclusive foram delatados por agiotas nos demais anexos de suas colaborações premiadas. Se gravaram o operador de FBC, o que os impediria de gravar os demais delatados que com eles fizeram empréstimos ou outros tipos de negócios escusos?

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