sexta-feira, 27 de setembro de 2019

REVELAÇÃO BOMBÁSTICA






Janot foi armado até o Supremo para matar Gilmar Mendes e depois se suicidar. Episódio foi relatado pelo ex-PGR ao Estadão



O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse, em entrevista concedida, nesta quinta-feira, 26, a Valmar Hupsel Filho, do Estadão que, no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar.

“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, contou Janot ao Estadão.

O motivo do plano de matar Gilmar Mendes e depois se suicidar seria uma mentira que, segundo Janot, o ministro do STF teria inventado sobre sua filha, logo após o então PGR apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar, num habeas corpus impetrado por Eike Batista. Janot alegou na exceção de suspeição que a mulher de Gilmar, a advogada Guiomar Mendes integraria o escritório Sergio Bermudes, que advogava para o empresário.

Na resposta à arguição de suspensão, Gilmar, na época presidente do STF, afirmou que a filha de Janot – Letícia Ladeira Monteiro de Barros – advogava para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Nessa condição, a filha de Janot poderia, na época. “ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato”. “E isso me tirou do sério”, afirmou o ex-PGR à reportagem. 

Segundo Janot, sua filha nunca advogara na área penal.

Janot contou fora de si, dirigiu-se ao Supremo armado, antes da sessão, e encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. “Ele estava sozinho”, contou. “Mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus”, repetiu o procurador ao justificar porque não concretizou a intenção. “Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção)”, relatou. “Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo”.

Sentindo-se mal, o ex-procurador-geral pediu ao vice-procurador-geral da República para substituí-lo na sessão do Supremo e foi embora. Procurado, Gilmar Mendes não havia se pronunciado até a publicação da reportagem. 

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