quarta-feira, 20 de junho de 2012

Prefeito do Ipu continua foragido

O prefeito de Ipu, Sávio Pontes (PMDB), ainda não se apresentou à polícia apesar de mandado de prisão contra ele na última sexta-feira (15), segundo o delegado Tarcísio Coelho, da Delegacia de Capturas de Fortaleza. Com isso, o prefeito continua foragido. A Justiça emitiu mandado de prisão contra oito gestores de Ipu e de Fortaleza, entre eles Pontes, suspeitos de desviar dinheiro público que seria usado para construção de banheiros populares. "Na minha delegacia ele não se apresentou. Pode ter ido a outro lugar", afirmou o delegado. Cinco gestores já foram presos.
O advogado de Sávio Pontes, Flávio Jacinto, informou ao G1 que vai levar o prefeito ao Tribunal de Justiça do Ceará "amanhã ou depois de amanhã". Ou seja, a previsão é levar o prefeito nesta quarta-feira (20) ou quinta-feira (21). "Ele não foi ainda por conta da minha agenda. Hoje eu peguei várias audiências. Amanhã vou conversar com ele e a família e depois vou trazê-lo para apresentá-lo ao Tribunal de Justiça", afirmou.
Na última sexta-feira, advogado chegou a afirmar que Sávio Pontes iria se apresentar ao Tribunal de Justiça, nesta segunda-feira (18). De acordo com Flávio Jacinto, Sávio Pontes se encontra "em casa na serra". Além da prisão, a Justiça decretou também o afastamento de Pontes como prefeito de Ipu
O advogado confirmou ainda que entrou com pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, se for acatado, pode evitar a prisão de Pontes, já que funciona como medida de soltura antecipada.
Ainda conforme Flávio Jacinto, o Tribunal de Justiça já foi comunicado sobre a apresentação do cliente no dia 18. Mas na tarde desta terça-feira (19), o TJ-CE informou que não recebeu nenhum comunicado sobre a apresentação do prefeito de Ipu.

Denúncia
Segundo denúncia do Ministério Público, os suspeitos são responsáveis pelo desvio de R$ 3,1 milhões que seriam usados para construção de banheiros populares em cidades do interior do Ceará. De acordo com a Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), associações firmavam contrato com a Secretaria das Cidades do Ceará para receber verba, que era desviada para financiamento de campanha de candidatos.
Os cinco presos foram transferidos para a Delegacia de Capturas do Ceará, em Fortaleza, na tarde desta sexta-feira. Entre os presos está Fábio Castelo Branco, que, de acordo com o Ministério Público, adulterava informações na Secretaria das Cidades para dar parecer sobre o andamento da construção de banheiros populares. Os banheiros não eram construídos ou eram construídos parcialmente. Fábio Castelo Branco foi exonerado da secretaria em 2011.
Um dos suspeitos de receber verba desviada no esquema de corrupção é o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Teodorico Menezes. Teodorico foi afastado do cargo pelos conselheiros do tribunal e em seguida pelo Superior Tribunal Federal. Há duas semanas o STF determinou também a quebra de sigilos bancário e fiscal de Teodorico. Em 2011, quando Teodorico depôs na Procap, ele se disse "tranquilo" e negou as acusações. (G1-CE)

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